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71º CBEn • ISSN: 2319-0086
Resumo: 2159277


2159277

AVALIAÇÃO DE UMA INTERVENÇÃO EDUCATIVA FOCADA NA PUNÇÃO VENOSA INFANTIL

Autores:
Gabriela Rodrigues Zinn|gabriela.zinn.79@gmail.com|enfermeira|doutora|coordenadora Pedagógica E Docente|universidade Paulista ; Paloma Schadeck Vanderlei de Souza|palomaziziga@gmail.com|enfermeira|graduada|enfermeira|universidade Paulista ; Bruna Gabriela Bibancos Damas|brudamas1@hotmail.com|enfermeira|mestre|docente|universidade Paulista

Resumo:
A enfermagem tem sido reconhecida por atuar de forma humanizada, promovendo mudanças no modelo de atenção. Porém as necessidades de saúde das mulheres apontam a complexidade das iniquidades sociais e o cuidado é uma possibilidade de dar voz às perspectivas subjetivas negligenciadas e oprimidas. Objetiva-se analisar os discursos de enfermeiras obstétricas acerca da atuação e formação para o cuidado, na dimensão política e como prática social. Trata-se de pesquisa qualitativa, ancorada no referencial teórico de Michel Foucault. A produção dos dados se deu por entrevistas em profundidade com 14 enfermeiras obstétricas seguidas de analítica do discurso. As enfermeiras relatam que valores fundamentais para o trabalho são intrínsecos à mulher-enfermeira, mas a formação é capaz de fornecer forma e conteúdo para a atuação. Cita-se a desmistificação do parto como forma de preparar a enfermeira para ser protagonista de um modelo menos intervencionista. Ao (re)conhecer os princípios do Modelo de Humanização do Parto e Nascimento se engajam para proteger as mulheres contra a violência obstétrica e possibilitar que vivenciem processos de subjetivação. Algumas características do perfil e da atuação são importantes: a compreensão da integralidade das mulheres, redução de assimetrias de poder profissional-paciente e ser um corpo disponível à mulher cuidada. Apesar de enfatizarem a importância da enfermagem obstétrica para mudança de modelo, as participantes consideram que, isoladamente, não são capazes de promover grandes conquistas, devendo ser construídas em conjunto com movimentos de mulheres e com outros profissionais. Sobre os movimentos de mulheres, as narrativas tocam este assunto superficialmente, o que representa uma interdição. Conclui-se que existem avanços no cuidado das enfermeiras obstétricas, permitindo novas possibilidades de existência do ser cuidado e da cuidadora. Entretanto é preciso o exercício de (des)cuidado, negação à forma de cuidado historicamente realizada, para aventurar-se na perspectiva democrática do cuidado e até mesmo aproximar-se dos movimentos sociais.


Referências:
Ayres JRCM. Cuidado: trabalho, interação e saber nas Práticas de saúde. Rev baiana enferm 2017; 31(1):1-4; 2017. Disponível em: file:///C:/Users/Silvio%20Costa/Downloads/21847-74345-2-PB.pdf. Acesso em: 17 jun 2018. Brasil. Ministério da Saúde / Universidade Estadual do Ceará. Cadernos HumanizaSUS, vol. 4: humanização do parto e nascimento. Brasília: Ministério da Saúde. 2014. Moura FMJSP, Crizostomo CD, Nery IS, Mendonça RCM, Araújo OD, Rocha SS. A humanização e a assistência de enfermagem ao parto normal. Rev Bras Enferm 2007; 60(4): 452-5.