Em busca da Excelência nos serviços prestados, a Diretoria Corporativa de Qualidade e Segurança do Paciente de uma grande instituição reconhecida nacionalmente lançou o Salus Vitae, um programa de capacitação com dezoito meses de duração. Tendo como objetivo reforçar a segurança do paciente como uma prioridade estratégica, com base na promoção do cuidado seguro, efetivo, eficiente e centrado na pessoa. O nome escolhido para o programa reflete as intenções, Salus Vitae é uma expressão latina que significa “vida segura” ou “salvação da vida”. Sendo também um dos objetivos do programa melhorar os resultados assistenciais, reduzir desperdícios, engajar o trabalho das equipes em torno de um objetivo comum, trazendo á tona a responsabilidade pela segurança do paciente como missão inerente ao papel de todos os profissionais, ensinando por meio de uma abordagem distinta como levar o melhor conhecimento cientifico disponível aos pacientes¹.

Todo o conteúdo do Programa foi desenvolvido em parceria com o Institute for Heathcare Improvemet (IHI), uma renomada organização Internacional que tem por missão promover a melhoria dos cuidados de saúde em instituições no mundo todo.

Identificar o atraso cirúrgico do previsto com o realizado

Trata-se de um relato de experiência do tipo descritivo. O estudo foi realizado em um Centro Cirúrgico (CC) de grande porte e alta complexidade que atende cirurgias de pequeno, médio e grande pote, de segunda a sexta feira, períodos matutino e vespertino.

Neste estudo foram utilizadas as ferramentas do PDSA (Act, Plan, Study, Do) ferramenta de Gestão utilizada na concepção de ciclos rápidos para promover grandes mudanças que devem ser testadas em pequenas escalas², Diagrama direcionador e SIPOC - (Suppliers, Inputs, Process, Outputs, Customers) uma ferramenta usada por uma equipe para identificar todos os elementos relevantes de um projeto de melhoria de processo de trabalho.

Realizou-se a análise estatística dos dados pelo “Minitab” um programa voltado para fins estatísticos tendo funções mais especificas voltada para o gerenciamento. Sua interface é parecida como uma planilha eletrônica com “Microsoft Excel” ou “Calc” do “OpenOffice” com capacidade de executar analises estatísticas complexas. O Minitab geralmente é utilizado em conjunto com o “Seis Sigma”, que é uma forma de aperfeiçoar processos rotineiros.

Percebe-se que nas primeiras 12 semanas da pesquisa, a média de atraso cirúrgico está em 57%. Os motivos de atraso neste período estavam relacionados aos processos do serviço de apoio e notou-se que quando as primeiras cirurgias do dia iniciadas com atrasos comprometeram todo o restante do mapa cirúrgico, posteriormente as cirurgias “a seguir” para os horários que ultrapassavam o limite do período. Desta forma, o atraso torna-se uma forma de resistência, gerando perda da capacidade operacional.

A partir da 12ª semana consta-se o início de queda no percentual dos atrasos, estimando até 18ª semana uma queda de 23%. Nas semanas subsequentes até a 24ª houve uma estabilização das cirurgias realizadas no horário agendado repercutindo em zero atraso cirúrgico neste período.

Os resultados permitem demonstrar análise crítica dos atrasos e forneceram subsídios para as estratégias e planejamento na redução dos atrasos.

A busca de alternativas por gestores e profissionais dos serviços de saúde se torna um desafio constante para alcançar a melhoria contínua dos processos de trabalho e a qualidade e segurança do paciente.