O centro de material e esterilização (CME) está definido como um setor onde ocorre todo o processo de limpeza, preparo, desinfecção, armazenamento e distribuição de materiais destinados à saúde que não são de uso único, tendo como finalidade o processamento desses materiais de acordo com o recomendado pela legislação vigente, de modo a garantir segurança aos colaboradores e usuários¹. A CME ao longo dos anos vem ganhando destaque no cenário econômico e técnico/administrativo. Se tornando um setor independente, podendo, inclusive, ser prestador de serviço para outras instituições de saúde. Além disso, deve contar com profissionais qualificados para melhor exercer o desempenho das atividades realizadas por este setor¹. O processamento dos artigos, bem como os vários métodos de rastreabilidade segue o que recomenda a RDC 15, criada em 2012, que dispõe sobre os requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde, segundo o regulamento técnico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária².

Expor a experiência dos profissionais de enfermagem na elaboração de instrumentos norteadores no processo de limpeza, preparo, desinfecção e esterilização dos materiais.

Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido durante o período dos encontros iniciados no mês de abril no ano de 2018, em conjunto com o diretor corporativo assistencial e enfermeiros coordenadores e assistências com especialidade e expertises em CME, que atuam em unidades hospitalares de média e alta complexidade gerenciadas por uma Organização Social no estado do Pará. Durante os encontros, através da troca de conhecimentos e experiências entre os profissionais, foram abertas discussões e pesquisas literárias que envolviam os seguintes temas: embalagens utilizadas nos materiais, soluções utilizadas para limpeza e desinfecção, tipos de esterilização, indicadores utilizados, forma de armazenamento, validade das embalagens, equipamentos de esterilização.

Ocorreu a implementação do manual LPDE (Limpeza, preparo, desinfecção e esterilização) na CME da unidade hospitalar de Belém, o qual padronizou o processo de limpeza, preparo, desinfeção, esterilização e armazenamento de materiais de forma adequada e segura, desde seu recebimento, na área suja, até sua distribuição, mantendo a validade e a integridade das embalagens até seu uso. O processo com os materiais também facilitou a ambientação com novos colaboradores, além da prevenção das infecções relacionadas à assistência a saúde. No mês de outubro de 2018, 6 meses após sua implementação, houve novo encontro entre os membros que participaram de sua construção e, a partir daí, o referido manual passou por revisão, na qual ficou evidenciada a melhoria do serviço prestado, oferecendo mais segurança aos colaboradores e usuários. Hoje o manual está sendo utilizado como protocolo padrão em todas as CMEs dos hospitais da instituição.

O presente relato expõe a importância da implementação de manuais corporativamente padronizados para a atuação do enfermeiro frente as atividades recorrentemente executadas por seus colaboradores e com a implantação deste instrumento ficou evidenciado por meio de observação do enfermeiro da unidade a segurança no processo com os materiais de forma organizada e sistemática, facilitando a integração dos novos colaboradores com os materiais e métodos de esterilização, provendo qualidade e prevenindo as infecções relacionadas à assistência a saúde.