A profilaxia cirúrgica é um instrumento importante na prevenção de infecções do sítio cirúrgico (ISC). O uso inadequado do antibiótico profilático determina, além das consequências imediatas da má utilização no paciente específico, um comprometimento importante para toda a comunidade hospitalar, pois pode produzir ou piorar os efeitos da resistência bacteriana. (CBC – COLÉGIO BRASILEIRO DE CIRURGIÕES, 2002). Estudos apontam que a maioria das ISC são preveníveis, com a aplicação de recomendações baseadas em evidências científicas e que a adoção de medidas simples pode reduzir a incidência desta afecção. (CDC - CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION). Dentre as medidas mais utilizadas na prevenção das ISC, está a escolha adequada do antimicrobiano profilático. Entretanto, sua eficácia está diretamente relacionada com a forma como é administrado á profilaxia cirúrgica. Apesar de simples, a profilaxia em alguns casos, é realizada inadequadamente, particularmente quanto ao momento de administração do antimicrobiano, a repetição de doses no transoperatório e a duração prolongada no pós-operatório. Esta inadequação pode estar relacionada ao uso empírico e dificuldades de manutenção de rotinas institucionais que englobem o uso do antimicrobiano antecedendo a cirurgia no período preconizado. Esses fatores contribuem para a elevação da incidência de ISC, do tempo de internamento, dos custos hospitalares e da resistência microbiana. Estas consequências acarretam prejuízos para pacientes, familiares e instituição. O protocolo de antibioticoprofilaxia cirúrgica do Hospital Santa Izabel, faz parte de um conjunto de medidas de prevenção das ISC, um dos objetivos é fazer com que o antibiótico atinja níveis tissulares adequados antes da incisão cirúrgica e que permaneça em toda duração do procedimento em concentrações inibitórias de micro-organismos no sítio cirúrgico. 

Avaliar a adesão da Antibioticoprofilaxia cirúrgica recomendada em protocolo institucional pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) após implantação da nova metodologia de acompanhamento diário das cirurgias realizadas em um hospital filantrópico do estado da Bahia.

Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, desenvolvido através da análise de dados do sistema informatizado MV Qualidade, exportação de planilha em Excel, diariamente avaliamos todos os paciente submetidos a procedimentos cirúrgicos realizando avalições de conformidade e adesão ao protocolo institucional de Antibioticoprofilaxia cirúrgica, auditando a adesão referente ao tempo de administração do antibiótico profilático antes da incisão da pele, repique, droga, dose, duração e divergência de informações da ficha do trans - operatório com a prescrição em prontuário eletrônico, atuando diretamente com o cirurgião e equipe de coordenadores do centro cirúrgico, compilando os dados para indicadores do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do hospital.

Foram avaliadas 3274 cirurgias no período de 120 dias do ano em curso de diversas especialidades médicas. Antes da implantação desta nova metodologia a taxa de adesão era de 60%. A nova metodologia implantada segue com os seguintes critérios de auditoria do protocolo: Tempo de início da administração do antibiótico profilático, droga, dose, repique e duração, levando o indicador atingir uma taxa média de adesão: 94,5%.

O estudo revelou que a adesão a profilaxia cirúrgica previne de forma eficaz eventos relacionados às ISC, além de reduzir gastos desnecessários, uso inadequado, prevenção de eventos adversos relacionado ao antimicrobiano, tempo de internamento, além de melhorar a segurança do paciente e proporcionando qualidade de vida. Vale ressaltar que a nova metodologia implantada é eficiente para alavancar a taxa de adesão deste protocolo estratégico.