INTRODUÇÃO
No contexto atual percebe-se um aumento na complexidade dos procedimentos cardíacos cirurgicos. Diante disso, se faz necessário a estratificação de risco dos pacientes visando mensurar a mortalidade e desfecho.1,2
OBJETIVOS
Identificar os desfechos de complicações e mortalidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca no segmento de 1 ano.
MÉTODO
Estudo de Coorte, realizado em um Hospital Privado do Rio Grande do Sul, no período de fevereiro de 2018 a dezembro de 2018. Foram incluídos pacientes adultos, de ambos os sexos, que realizaram cirurgias de troca valvar, plastia valvar, revascularização do miocárdio (CRM), doenças da aorta e implante transcutâneo valvar aórtica (TAVI) em caráter eletivo ou urgente. Os critérios de exclusão foram os pacientes que não aceitaram participar do protocolo institucional. A coleta de dados foi realizada através do preenchimento de formulário específico contemplando o período Peri operatório do paciente e contato telefônico no seguimento de um ano após procedimento (3,6,9 e 12 meses). Os dados foram analisados em planilha de Excel.
RESULTADOS
Foram avaliados 63 pacientes, destes a idade média era de 68 anos. O gênero predominante era o masculino com 39 pacientes (62%). As comorbidades que mais se destacaram destes pacientes foram hipertensão arterial 48 (76%), seguida de dislipidemia 26 ( 41%) e diabetes mellitus 18 ( 29%).
Destes 63 pacientes, a troca valvar foi o procedimento de maior prevalência com 41,3%, seguida de CRM 25,4%, plastia valvar 11,1%, aneurisma de aorta 7,9%, CRM + troca valvar 6,3%, aneurisma + troca valvar 3,2%, TAVI 3,2% e por fim plastia valvar + troca valvar 1,6%.
Dentre as complicações apresentadas nas 24 horas, destacamos que 58,7% dos pacientes não apresentaram complicações, 9,5% apresentaram outras complicações, 7,9% arritmia (marca-passo), síndrome vasoplégica 6,3%, seguida de sangramento com necessidade de intervenção 6,3%, choque cardiogênico 4,8%, IRC agudizada 1,6% e por fim PCR seguida de óbito 1,6%.
Dentre as complicações pós-alta hospitalar, a complicação de maior prevalência é arritmia com 7,3% seguida de dor torácica com 4,9% após temos IAM 2,4%, AVC 2,4% e derrame pleural com 2,4% destacando que 80,5% dos pacientes não apresentaram complicação pós-alta.
Ocorreram 6 ( 9,5%) de óbitos destes pacientes, sendo eles no pós operatório e nenhum no trans. operatório.
Avaliamos também a classe funcional dos pacientes e percebemos uma melhora em relação a funcionalidade.
CONCLUSÃO
Podemos observar que as complicações ocorreram em maior número no pós-operatório imediato, se comparada com o pós operatório tardio, sendo algumas delas previsíveis devido à complexidade dos procedimentos.