Imprimir Resumo


14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 321-1

Poster (Painel)


321-1

Eficácia do processo de limpeza e desinfecção dos endoscópios após o armazenamento

Autores:
Bruna Elvira Costa1, Natália do Carmo de Sá1, Maria Socorro Vasconcelos Pereira da Silva1, JOAO FRANCISCO POSSARI1
1 ICESP - Instituto do Câncer do Estado de São Paulo

Resumo:
INTRODUÇÃO

O processamento correto dos endoscópios é primordial para um resultado seguro e eficaz. Na fase final é imperativo aplicar as melhores práticas no armazenamento do aparelho em posição vertical para evitar a retenção de líquidos, secagem, desconexão das válvulas, armário adequado, sala exclusiva, controle de temperatura, umidade e tempo de armazenamento. (1) As literaturas recomendam o armazenamento pelo período de 24 a 72 horas, alguns estudos recomendam até 14 dias, mas cada instituição deve elaborar  seu protocolo. (2) Embora as culturas microbiológicas sejam o padrão ouro, elas não podem ser usadas como um processo de monitoramento em tempo real. Diante disto verificou-se a necessidade de realizar testes de marcadores de proteína para comprovar a eficácia do reprocessamento após o armazenamento.



OBJETIVOS

Garantir a eficácia do processo de limpeza, desinfecção e armazenamento dos endoscópios, realizando o monitoramento de limpeza através do teste de Proteína e Trifosfato de Adenosina (ATP).



MÉTODO

Após a limpeza prévia, os endoscópios passam pela limpeza manual, limpeza automatizada com acido peracético, secagem e armazenamento em armário fechado. Foram monitorados durante duas semanas nos meses de março a abril de 2019, 15 aparelhos, sete endoscópios e oito colonoscópios. Para rastreabilidade do processo foi utilizado à ficha do reprocessamento de endoscópios. Realizado levantamento dos seguintes dados: n° série do aparelho, equipamento em que o aparelho foi submetido à desinfecção no último uso, data do ultimo uso e armazenamento, data da ativação do acido peracético utilizado para desinfecção. Coletado amostra dos aparelhos que estavam armazenados por um período superior às 72h. Para cada aparelho foram realizados dois testes, Teste de ATP e Proteína. O teste de proteína era constituído por um swab protegido por algodão, umedecido com agua destilada estéril e introduzido na entrada dos canais, após, colocado em tubo com solução reagente, colocado em incubadora com temperatura de 55° por 15 minutos, seguindo a leitura de escala de cores. O teste de ATP consistiu na medição de Adenosina Trifosfato (ATP) através do luminômetro e valores abaixo de 30RLU (Unidade Relativas de Luz) foram considerados aceitáveis.



RESULTADOS

Todos os testes de proteína (100%) apresentaram coloração verde e os testes de ATP apresentaram valores que variaram de 4 a 26 RLU, mantendo-se abaixo de 30RLU. Em relação ao tempo de armazenamento, o período de maior tempo encontrado foi de 37 dias. O acido peracético utilizado para desinfecção estava ativo entre períodos de três e 23 dias. A Associação Americana de Endoscopia Gastrintestinal estima uma taxa de 1 infecção para cada 1,8 milhões de procedimentos endoscópicos realizados nos Estados Unidos.(3) Esta incidência, embora considerada baixa em relação ao número de procedimentos realizados, constitui a infecção mais frequente relacionada com o uso de produtos médicos e supõe-se que a verdadeira incidência de transmissão de infecção pode não ser identificada em virtude do inadequado sistema de vigilância e monitoramento de eventos adversos após esses exames, fato que dificulta a avaliação do risco real de infecção para pacientes submetidos a endoscopias.(3)



CONCLUSÃO

Os testes identificaram a eficácia do processo dos endoscópios, mesmo após 72hs, 20 e 37 dias de armazenamento não foram observados proliferação de microrganismos. O processo realizado na instituição permite o armazenamento dos endoscópios em longos períodos garantindo a qualidade e segurança do atendimento.



Palavras-chave:
 Desinfecção, Endoscópios, Enfermagem