Imprimir Resumo


14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 311-1

Poster (Painel)


311-1

SUPERFÍCIES DE TESOURAS CIRÚRGICAS COM DIFERENTES MODOS DE ESTAMPAGEM PARA RASTREABILIDADE

Autores:
Débora Moura Miranda Goulart1, Dayane de Melo Costa1, Dulcelene Sousa Melo1, Heliny Carneiro Cunha Neves1, Anaclara Ferreira Veiga Tipple 1
1 UFG - Universidade Federal de Goiás

Resumo:
INTRODUÇÃO

A estampagem da superfície dos instrumentos cirúrgicos de aço inoxidável é prática adotada mundialmente para a rastreabilidade, estratégia de qualidade e segurança dos processos e ainda respaldo legal para demonstrar que as melhores práticas foram adotadas no Centro de Material e Esterilização (CME)1Essa gravação provoca alterações físicas e químicas na superfície que podem possibilitar a corrosão por destruição da camada passiva dos instrumentos que é, rica em cromo e proporciona maior resistência à corrosão dos aços inoxidáveis2. A American Society for Testing and Materials (ASTM) cosidera a passivação efetiva e os tratamentos térmicos adequados durante a produção dos instrumentos cirúrgicos, fundamentais para garantir as propriedades mecânicas e resistência à corrosão2. Os processos corrosivos provocam perda precoce da função dos instrumentos, elevando os custos por manutenções e reposições, além de comprometer a segurança da esterilização. O enfermeiro, responsável técnico do setor, cujas atribuições estão regulamentadas pelo seu órgão profissional normativo, deve participar da escolha do material, da definição de suas especificidades técnicas, do estabelecimento de controle e avaliação dos instrumentos em uso, e do sistema de rastreabilidade a ser implementado3.



OBJETIVOS

Avaliar a composição química, as superfícies com diferentes acabamentos (fosco e brilhante) e as superfícies gravadas com laser à fibra e com micropuncionamento de tesouras cirúrgicas de aço inoxidável martensítico 420 de duas empresas distintas.



MÉTODO

Foram avaliadas tesouras de Mayo de duas marcas registradas, um nacional e outra estrangeira. Cada tesoura teve um dos seus ramos cortados em duas partes: 1) porção com áreas de estampagens para análise das superfícies, e 2) ponta, para análise de composição. As amostras foram preparadas com revestimento de fibras de carbono, aquecidas em torno de 2000ºC em vácuo e evaporadas sobre as superfícies dos corpos de prova. A Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) foi utilizada para as análises de superfícies e a Energy-Disperse X-Ray Spectroscopy (EDS) para a análise de composuição. Os testes foram realizados no Laboratório Multiusuário de Microscopia de Alta Resolução da Universidade Federal e Goiás.



RESULTADOS

Houve diferenças nas superfícies, que podem ser justificadas por técnicas diferentes de acabamento, conferindo à tesoura nacional, um aço brilhante com menos irregularidades, quando comparada com a tesoura importada, um aço fosco e presença de alguns riscos. Quanto aos diferentes tipos de marcação, o micropuncionamento apresentou maiores danos com remoção do metal da superfície da tesoura. Apesar de apresentarem distribuição diferente dos elementos químicos, não houve diferença de composição, sendo os principais, cromo, silício, manganês, carbono, fósforo e enxofre.



CONCLUSÃO

Os resultados indicam que a escolha do sistema de rastreabilidade e a forma de gravação das superfícies dos instrumentos cirúrgicos devem ser considerados para garantir a integridade da microestrutura e a propriedade do aço de ser resistente à corrosão, mesmo após sucessivos ciclos de processamento.



Palavras-chave:
 Instrumentos Cirúrgicos, Rotulagem de Equipamentos e Provisões, Esterilização, Enfermagem