O período perioperatório é um momento critico, pois o paciente será submetido a um procedimento cirúrgico, expondo-se aos riscos e às suas diversas complicações, sendo necessária assistência de enfermagem e médica especializada. O indivíduo, quando exposto à intervenção cirúrgica, esta sujeito a vários tipos de riscos e complicações, que podem favorecer o aumento de mortalidade¹.

Verificar o entendimento dos enfermeiros do centro cirúrgico sobre segurança do paciente e eventos adversos cirúrgicos da assistência de enfermagem e identificar as condutas e estratégias desenvolvidas na ocorrência dos eventos.

Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, com a participação de 08 enfermeiros de um hospital público, de Fortaleza – Ceará, após a aprovação do projeto pela chefia e pelo Comitê de Ética em Pesquisa, via Plataforma Brasil, com o número do protocolo 1666.641. Os dados foram coletados de setembro a dezembro de 2018, por meio de entrevista, com roteiro semiestruturado contendo dez perguntas, analisado sob a ótica da análise temática.

Percebeu-se um bom entendimento acerca do conceito da segurança do paciente e os participantes reconheceram o enfermeiro como um profissional essencial para a promoção da segurança. Verificou-se ausência de uniformidade na compreensão acerca dos eventos adversos cirúrgicos na assistência de enfermagem, pelos enfermeiros. Os principais fatores considerados para a ocorrência de eventos adversos nesse contexto da assistência, incluíram a falta de atenção associada a sobrecarga de trabalho da equipe de enfermagem.Esses fatores desfavorecem a segurança do paciente. Considerados como entraves: os erros de montagem de sala cirúrgica, a não implementação de todas as etapas do processo de enfermagem; a ausência de interação entre o paciente e a equipe acerca dos medos, da ansiedade, a falta de entendimento entre a equipe multiprofissional; a movimentação e os ruídos excessivos na sala cirúrgica; bem assim e a não realização do checklist recomendado pela OMS². A orientação e a supervisão da equipe, emergiram como condutas mais desenvolvidas para lidar com os eventos adversos na assistência de enfermagem no Centro Cirúrgico. As estratégias mais utilizadas para a melhoria e propagação da segurança cirúrgica do paciente foram os treinamentos e capacitação através de uma programa de educação permanente, voltados para desenvolvimento de competências.

Por fim, identifica-se que existe preocupação com a segurança do paciente, quanto à cirurgia segura, entretanto, ainda permanece o silencio quanto aos erros que podem ocorrer e ao encaminhamento desses para avaliação, o que pode estar relacionado a uma cultura de punição, que se vive quanto ao erro.