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14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 284-2

Poster (Painel)


284-2

Falhas e efeitos no CME: avaliação através da ferramenta FMEA

Autores:
Marielli Trevisan Jost1,2, Aline Branco1, Karin Viegas1, Rita Catalina Aquino Careganto1
1 UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, 2 ISCMPA - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Resumo:
INTRODUÇÃO

O Centro de Materiais e Esterilização (CME) é um serviço de apoio técnico com importância para a prevenção e controle das infecções hospitalares, e através do processamento adequado dos produtos para a saúde proporcionando segurança ao paciente e aos profissionais durante o procedimento cirúrgico.1 O conhecimento das principais falhas e causas relacionadas ao processo de trabalho nessa unidade previne a manifestação de eventos adversos, capazes de pôr em risco a segurança da assistência.2  O uso da ferramenta FMEA permite o entendimento do fluxo de trabalho para adequação e promoção da qualidade do serviço em saúde.3



OBJETIVOS

Conhecer as falhas e o risco das etapas do fluxo de trabalho do CME utilizando a FMEA.



MÉTODO

Estudo metodológico utilizando-se a FMEA, a qual permite analisar falhas existentes, suas causas e efeitos no processo de trabalho, bem como o risco de ocorrência e gravidade; possibilitando a construção de ações corretivas. O índice de risco (IR) é calculado pela multiplicação dos valores da gravidade pré-estabelecidos, probabilidade de ocorrência e possibilidade de detecção. O campo de ação foi um CME de um hospital de grande porte de Porto Alegre/RS, do período de julho a agosto de 2018. Realizaram-se grupos de trabalho, com profissionais ligados direta ou indiretamente ao CME para analisar os processos de trabalho realizados durante o recebimento, limpeza, esterilização e fornecimento dos materiais. As falas foram gravadas e posteriormente transcritas. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Instituição sob CAAE: 76806317.6.0000.5335.



RESULTADOS

Realizaram-se quatro reuniões com 13 profissionais de diversas áreas e funções e que estavam diretamente envolvidos em um ou mais processos, avaliando-se o fluxo de trabalho do CME. Os processos identificados com os índices de riscos mais elevados foram: “conferir o checklist cirúrgico de órteses, próteses e materiais especiais (OPME)” (IR = 256); “receber os instrumentais e conferir com o fornecedor externo” (IR = 288); e “processar o material e aguardar liberação do OPME conforme indicadores biológicos e químicos” (IR = 384). Ao conferir o checklist de OPME, as principais falhas relacionam-se ao Centro Cirúrgico (CC) em não repassar ao CME alterações dos horários de cirurgias, devido a não comunicação para a troca de escala cirúrgica. Como ação prática, propõe-se a informatização do sistema, possibilitando a visualização das cirurgias escaladas para o dia, aos profissionais do CME, a comunicação efetiva e acesso à visualização do OPME necessário para o procedimento. Para a recepção dos materiais externos, verificou-se como falha o horário de entrega do material pelo fornecedor; como ação prática de aperfeiçoar sugere-se o agendamento prévio e evitar entrega fragmentada. Quanto ao processamento do material, observou-se como falhas potenciais o tempo insuficiente de processamento. A ação prática implica em tempo hábil de processamento desde o início da solicitação do material ao fornecedor externo, mudança nos fluxos de esterilização do OPME, dimensionamento de profissionais e comunicação efetiva.



CONCLUSÃO

Verificou-se que a ferramenta permite avaliar os processos de trabalho com falhas potenciais, possibilitando refletir nas práticas para promoção da segurança do paciente.



Palavras-chave:
 Enfermagem, Enfermagem de Centro Cirúrgico, Segurança do paciente