A utilização de checklist em cirurgia promove a assistência segura ao paciente, facilita a comunicação entre equipes e diminui o risco de complicações cirúrgicas.¹ Divide-se em: check in, antes da entrada em Centro Cirúrgico (CC); time out, antes da indução anestésica e incisão cirúrgica; e check out, antes da saída do paciente de sala operatória.² Preconiza-se a aplicação da ferramenta durante os procedimentos cirúrgicos, pois permite que a equipe verifique quais etapas devem ser atendidas, visando a assistência segura ao paciente e, consequentemente, reduzindo a chance de possíveis erros por parte dos profissionais.³

Verificar a adesão da equipe de profissionais ao checklist de cirurgia segura e preenchimento correto dos termos de consentimento em um CC.

Estudo quantitativo, retrospectivo, realizado em um CC de um hospital de grande porte de Porto Alegre. No presente CC, os profissionais de enfermagem aplicam para todos os pacientes o checklist de cirurgia segura, realizando as quatro etapas de conferência. Durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 2019 verificou-se o prontuário cirúrgico de 304 pacientes que estavam internados em Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA), avaliando-se a adequação aos 48 itens presentes em checklist. Ainda, observou-se a assinatura dos profissionais médicos e pacientes para os termos de anestesia, cirurgia e hemoderivados. A análise dos dados foi realizada por estatística descritiva em Excel®. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição sob CAAE: 76806317.6.0000.5335.

Dentre os 304 pacientes, 174 (57,23%) eram do sexo masculino, com média de idade de 51,01±13,53 anos. Prevaleceram os procedimentos de traumatologia 115 (37,82%); cirurgia geral 89 (20,06%); urologia 49 (16,11%); plástica 26 (8,55%); e ginecologia 25 (8,22%). Quanto às cirurgias, 180 (59,21%) eram convênios, e 124 (40,78%) do Sistema Único de Saúde (SUS). A adesão geral da equipe de profissionais para o checklist foi de 82,44%. Ao avaliar-se a adesão para cada uma das etapas da ferramenta, observou-se: em 82,03% das aplicações estava completo na etapa antes da entrada do paciente no bloco cirúrgico; 82,61% antes da indução anestésica; 85,59% no time out e 80,52% antes da saída do paciente da sala de operações. Verificou-se que as especialidades de plástica (58,97%) e traumatologia (56,23%) apresentaram as maiores taxas de incorreta aplicação dos termos de consentimento. Ainda, para a assinatura dos profissionais, SUS e Convênios apresentaram, respectivamente, 28,22% e 58,33% ausência de assinatura do anestesista; 31,45% e 66,66% sem assinatura do cirurgião e 12,09% e 38,33% sem assinatura médica em termos de hemoderivados. Todavia, ao observar a ausência de assinatura do paciente aos termos, as cirurgias SUS apresentaram maior inadequação, com 12,90% de não assinatura pelo paciente em termo de cirurgia, comparado a 1,11% do convênio.

Há boa adesão da equipe ao checklist, contudo com menor adequação para a etapa de check out. Quanto aos termos, verifica-se necessidade de conscientização dos profissionais para correta aplicação.