INTRODUÇÃO
O centro de materiais e esterilização (CME), nos últimos anos vem mostrando a sua importância diante das unidades existente no contexto hospitalar, pois todos os processos de esterilização devem ser feitos neste setor. O uso de equipamentos de ciclos flash, como a Statim® é um dos exemplos de métodos esterilização. O uso deste tipo de ciclo é permitido, pela legislação, somente casos onde os produtos para saúde únicos em que houve alguma intercorrência durante o transoperatório1. O enfermeiro do CME é responsável em gerenciar o uso, controle e rastreabilidade dos produtos para saúde (PPS) esterilizados e, no caso do ciclo flash, se certificar do uso imediato2.
OBJETIVOS
Identificar e analisar os motivos da esterilização e monitorar a frequência de esterilização de instrumentais para uso imediato em ciclos flash pelo enfermeiro do CME com vistas a reduzir o seu uso.
MÉTODO
Este estudo refere-se à uma análise transversal descritiva. Foram utilizados dados da frequência de esterilização entre os anos de 2016 e 2018. Foi utilizado como critério de exclusão, meses em que o equipamento manteve-se interditado. Foi feita análise antes e depois de intervenções de melhorias onde o enfermeiro do CME assumiu o controle dos processos de uso da esterilizadora em ciclos flash, desta forma foi retirado o equipamento do centro cirúrgico e instalado no CME. Este estudo é integrante de projeto aprovado pelo comitê de ética da instituição, CAAE 702207717.4.0000.5327.
RESULTADOS
Todos os procedimentos operacionais foram avaliados quanto aos processos e fluxos do instrumental a ser submetido ao ciclo flash. Os critérios para o seu uso foram estabelecidos e alinhados com os enfermeiros do centro cirúrgico e equipe médico cirúrgica e enfermeiros do CME. O controle de esterilização e protocolos de uso passaram a ser de responsabilidade do enfermeiro do CME, a equipe cirúrgica passou a ter que justificar a necessidade e este pedido passou ser analisado pelo enfermeiro do CME, identificando a real necessidade do uso do ciclo flash. A partir da justificativa a cada uso do ciclo flash, e a necessidade do enfermeiro da unidade processadora avaliar a real necessidade do uso do ciclo flash, foi possível identificar instrumental disponível, que já estivesse esterilizado, para fazer a substituição daquele que sofreu evento adverso, ou oferecer um similar ou avaliar o caso e tempo hábil para que o instrumental pudesse ser esterilizado em ciclo convencional. A cada uso, foram protocolados os dados do paciente, sala cirúrgica, o instrumental ou dispositivo que foi esterilizado e o motivo, o cassete utilizado, impresso dos parâmetros físicos, uso indicador químico tipo 5 para monitorar o ciclo, o técnico de enfermagem que realizou o ciclo e o enfermeiro responsável pela liberação do ciclo. Com a mudança do local da Statim® e o monitoramento, houve redução média em relação ao seu uso no bloco cirúrgico a cada 1000 pacientes/dia de 69,09 para 3,33, com desvio padrão de 0,037.
CONCLUSÃO
Considerando que entre as atribuições do enfermeiro do CME é de coordenar todas as atividades relacionadas ao processamento e propor indicadores de controle de qualidade do processamento, assim foi possível conscientizar tanto a equipe médica como a de enfermagem do centro cirúrgico, desta forma somente é submetido a esterilização aqueles instrumentais que realmente não têm outro com função semelhante e que houve intercorrência durante o intraoperatório e é único no arsenal da instituição.