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14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 271-1

Poster (Painel)


271-1

Terceirização da esterilização a óxido de etileno: segurança e custos em saúde

Autores:
Tatiana Sayuri Hizukuri1, CELIA HISATUGO NISHIMURA 1, Thainara Misael de Santana1, Tainara Mazotti1, José Fernandes Correia51, Lilian Denise Mai1
1 HUM/UEM - Universidade Estadual de Maringá - Hospital Universitário Regional de Maringá

Resumo:
INTRODUÇÃO

O óxido de etileno (ETO) apresenta alta difusibilidade, penetrando facilmente em produtos para saúde (PPS) com lúmens longos e estreitos, sendo compatível também com diversas matérias-primas1. No entanto, os resíduos e subprodutos são altamente tóxicos, exigindo com isso, equipamentos e ambientes adequados e específicos para funcionamento, conforme estabelecido na Portaria Interministerial nº 482/1999. Em consequencia, é frequente a terceirização da esterilização a ETO2, gerando custos e processos de trabalho específicos. A preocupação crescente com os custos reflete-se na atenção à saúde, exigindo dos profissionais uma racionalização na alocação de recursos, manutenção do equilíbrio entre custos e recursos e, principalmente, a otimização de resultados evitando o desperdício e garantindo a qualidade do cuidado3.



OBJETIVOS

Analisar os custos e o perfil dos PPS submetidos à esterilização a ETO por empresa terceirizada.



MÉTODO



Estudo descritivo e quantitativo acerca dos gastos com esterilização a ETO em um hospital universitário. A instituição terceiriza o serviço por empresa contratada sob forma licitatória. Os PPS encaminhados foram os de natureza termossensível e aqueles de pouca utilização devido ao prazo de validade estendido. A coleta de dados ocorreu no período de janeiro de 2016 a junho de 2017, a partir dos recibos fornecidos pela empresa, que contém a descrição do PPS, o valor do processamento unitário e total, além do setor de origem. Os dados foram armazenados em planilhas do software Excel®.



RESULTADOS

No período de abrangência do estudo foram gastos R$456.393,56 com esterilização a ETO. Os setores que apresentaram os maiores custos foram: a Central de Material e Esterilização, que atende quatro setores de clínica e o pronto socorro, responsável por 57,58% (R$262.822,10) dos gastos, seguido pelo Centro Cirúrgico e Obstétrico, com 22,46% (R$102.540,28) e as três Unidades de Terapias Intensivas, que somaram 4% (R$18.275,51). Já os demais setores da instituição como farmácia, banco de leite e ambulatório somaram conjuntamente 2,69% (R$12.307,45) dos gastos. Dentre os PPS mais encaminhados, destacam-se: ataduras de rayon (12.147 unidades), kits de inalação (5.205 unidades), almotolias (4.763 unidades), conjunto de anestesia tipo baraka adulto e infantil (4.140 unidades), umidificadores para oxigenioterapia (3.423 unidades), ataduras em crepe (2.592 unidades), além de escovas de degermação (1.216 unidades). Os resultados confirmam que a terceirização da esterilização a ETO ainda gera um custo elevado para a instituição.



CONCLUSÃO

Embora seja uma prática necessária, principalmente para a esterilização de PPS com lúmens longos, estreitos e cegos, é imprescindível repensar outras formas de diminuição dos custos sem comprometer a qualidade e integridade dos produtos, por exemplo, substituir aqueles de uso único não esterilizados, como ataduras, por aquelas já estéreis, ou mesmo adquirir um equipamento de esterilização a baixa temperatura para processamento dos diversos PPS termossensíveis utilizados diariamente na instituição. É importante salientar, ainda, que diminuir os gastos com a terceirização da esterilização a baixa temperatura permite distribuir os gastos com outras práticas que podem otimizar e ampliar a atenção à saúde.



Palavras-chave:
 Custos diretos de serviços, Esterilização, Oxido de etileno, Segurança do paciente, Serviços terceirizados