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14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 258-1

Poster (Painel)


258-1

Desfecho clínico de pacientes submetidos á reabordagens cirúrgicas não programadas

Autores:
Maíra Vieira Germano1, Simone Pera1
1 HEAB - Hospital Estadual Américo Brasiliense

Resumo:
INTRODUÇÃO

A segurança do paciente é a ausência de danos desnecessários ou potenciais para o paciente, associada aos cuidados de saúde. Os eventos adversos são incidentes que ocorrem durante a prestação do cuidado à saúde e que resultam em dano ao paciente, que pode ser físico, social e psicológico, incluindo lesão, sofrimento, incapacidade ou morte.(1)

Os eventos adversos associados aos procedimentos cirúrgicos merecem atenção especial, pois o centro cirúrgico é o local em que eles ocorrem com maior frequência dentro de um hospital e que podem ser evitados em cerca de 43%, além de aumentar o tempo de permanência no hospital e o risco de óbito e elevar o custo da internação.(2-3)

O sucesso do tratamento cirúrgico depende da assistência prestada de maneira integral e individualizada, específica em todos os momentos do período perioperatório, a qual inclui as etapas de pré-operatório, transoperatório e pós-operatório, afim de propiciar ao paciente uma recuperação mais eficaz e rápida, ou seja, uma assistência de qualidade.

O acompanhamento e avaliação das ocorrências de reabordagens cirúrgicas não programadas tem sua relevância por possibilitar a investigação das possíveis causas para o planejamento de ações de melhoria dos processos de trabalho e planejamento da assistência prestada ao paciente. Exemplos de possíveis causas: infecções pós operatórias, reações adversas, incidentes relacionados ao procedimento cirúrgico ou material utilizado durante a cirurgia, hemorragia, etc.

A análise do desfecho clínico torna-se relevante pois possibilita ter uma avaliação das condições em que os pacientes submetidos às reabordagens cirúrgicas estão tendo na nossa instituição e qual é o desfecho de maior prevalência.



OBJETIVOS

O objetivo do presente estudo é analisar o desfecho clínico dos pacientes submetidos à reabordagens cirúrgicas não programadas que ocorreram no ano de 2018 no HEAB.



MÉTODO

Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa com objetivo descritivo, retrospectivo, realizado através do acesso ao sistema de informação do HCRP/HEAB, intitulado ATHOS, do Sistema de Gestão de Saúde Hospitalar e também dos dados obtidos através das planilhas de gestão do Coordenador do Bloco Cirúrgico, que possibilita ter acesso aos dados dos pacientes que foram submetidos à reabordagens cirúrgicas não programadas que ocorreram no período de 01 de janeiro à 31 de Dezembro de 2018.



RESULTADOS

No ano de 2018 foram realizados 6.184 cirurgias, sendo 51 reabordagens cirúrgicas não programadas, ou seja, 0,82% do total de cirurgias. As especialidades mais prevalentes foram Cirurgia Geral e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, ambas com 15 casos cada (29%), seguidas da Oftalmologia com 9 casos (18%), Otorrinolaringologia com 6 casos (12%), Ginecologia e Urologia com 2 casos cada (4%) e Cirurgia Plástica e Cirúrgica Torácica com 1 caso cada (2%). A predominância do total de reabordagens foi de pacientes do sexo feminino com 65%. A causa mais prevalente foi por sangramento/hematoma. Como desfecho tivemos 49 altas hospitalares que equivale a 96% e 2  óbitos que equivale a 4%. Destes 2 casos que evoluíram a óbito, ambos eram da especialidade de Cirurgia Geral.



CONCLUSÃO

Este estudo revelou que os profissionais devem estar atentos aos fatores que podem contribuir para ocorrências de reabordagens cirúrgicas não programadas, assim como, implementar constantes estratégias de melhoria contínua nos processos de trabalho após a análise individual das causas. Pois, apesar de termos 96% de alta hospitalar como desfecho, existem outros fatores que precisam ser levados em consideração, como o dano causado ao paciente e o tempo de internação prolongado.



Palavras-chave:
 análise de desfecho, reabordagem cirurgica, segurança do paciente