INTRODUÇÃO
No Brasil no ano de 2018 cerca de 14 mil pacientes aguardavam na fila de espera por transplante, e isso exige grande preparo e capacitação por parte da equipe multiprofissional, tanto na captação quanto no transplante. Apesar dos avanços nessa área, falhas na manutenção e captação do órgão, bem como a falta de notificação de morte encefálica impossibilitam as doações ¹.
OBJETIVOS
Analisar o panorama da doação e transplante de órgãos no estado de São Paulo no ano de 2018.
MÉTODO
Trata-se de um estudo ecológico no qual a unidade de análise é o estado de São Paulo, realizado no mês de maio de 2019, onde foram analisados dados sobre doação de órgãos e transplantes do ano de 2018 na base de dados do Registro Brasileiro de Transplantes.
RESULTADOS
No ano de 2018, 2957 pessoas eram potenciais doadores de órgãos, sendo que 36,8% (1089) se tornaram doadores, e destes, 26,6% (497) eram doadores de múltiplos órgãos. Dos 63,2% (1868) que não se tornaram doadores efetivos, os motivos foram recusa familiar 689 (36,8%), parada cardíaca 396 (21,1%), contraindicação médica 77 (4,1%) e outros motivos. As principais causas de morte dos potenciais doadores foi AVE 62% (n=676), TCE 29% (n=316) e outros 8,9% (n=97). Entre os 1089 doadores efetivos a maioria era do sexo masculino 58% (n=642), na faixa etária de 50-64 anos 38% (n=423) e com tipagem sanguínea tipo O 51% (n=559). Como resultado da doação de órgãos do estado de São Paulo, 923 (49,4%) transplantes foram realizados. Em relação aos órgãos transplantados no estado de São Paulo no ano de 2018, foram 49% (n=5131) córneas, 20,4% (n=2095) rins sendo 4,7% (n=492) doadores vivos e 15,6% (n=1603) doadores falecidos, 6,8% (n=699) fígados, 0,78% (n=81) pâncreas, 1% (n=110) corações e 0,53% (n=55) pulmões.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que a doação e transplante de órgãos no estado de São Paulo em 2018 ocorreu principalmente devido à morte encefálica em pacientes com AVE, principalmente do sexo masculino, sendo o principal motivo para a não doação, a recusa familiar. Os transplantes prevalentes no estado são de córnea, rins e fígado, sendo que aproximadamente metade dos órgãos doados foram transplantados. Esta temática exige preparo e capacitação por parte da equipe de saúde, tanto na abordagem dos familiares até o processo de retirada dos órgãos e transplante realizados pela equipe cirúrgica.