Imprimir Resumo


14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 224-1

Poster (Painel)


224-1

ABREVIAÇÃO DO JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO: POSSIBILIDADES E LIMITES BASEADOS EM EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

Autores:
LESSA, Carolina Andrade1, Silva, Mary Gomes 1, NASCIMENTO, Delzuita Souza2, Tartaglia, A1, ANDRADE, Emanuela de Carvalho Lourenço1, Leite, ARM2
1 EBMSP - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, 2 HSI - Hospital Santa Isabel, 3 HCP - Hospital Cardio Pulmonar

Resumo:
INTRODUÇÃO

A necessidade de rever a abreviação do tempo de jejum pré-operatório vem promovendo a realização de pesquisas científicas, nas últimas décadas, por parte dos profissionais que prestam assistência às pessoas em experiência cirúrgica, com vistas a subsidiar uma prática baseada em evidência científica. Os resultados dessas pesquisas vêm apontando possibilidades de mudanças com relação ao protocolo de jejum prolongado, instituído há anos. Para tanto os serviços vêm utilizando-se de diretrizes, na sua maioria, baseadas na Sociedade Europeia de Anestesiologia através do protocolo Enhanced Recovery After Surgery (ERAS), American Society of Anesthesiologists (ASA) e, no Brasil, através do protocolo de Aceleração da Recuperação Total Pós-Operatória, denominado ACERTO.



OBJETIVOS

Verificar publicações da literatura científica sobre possibilidades e limites relacionados a abreviação do tempo de jejum, em pacientes no pré-operatório imediato.



MÉTODO

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, tipo integrativa, com vistas a subsidiar a elaboração de um protocolo a ser implementado por um centro cirúrgico de um hospital de grande porte, na cidade de Salvador-BA. Foi realizada busca nos Portais de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no período de dezembro de 2018 a abril de 2019, com os seguintes descritores: jejum, período pré-operatório, cirurgia. Foram incluídos artigos científicos publicados no período de 2008 a 2018, nos idiomas português, inglês e espanhol, oriundos de pesquisas experimentais e quase experimentais. Os dados foram submetidos as etapas de análise de conteúdo de Bardin.



RESULTADOS

Foram localizadas 293 produções na BVS, selecionados 19, e no CAPES foram localizados 75, selecionados três, após aplicação dos critérios de inclusão. Os resultados apontam que a prática da abreviação do jejum para cirurgias eletivas, tem sido predominantemente guiada por resultados de estudos experimentais ou quase experimentais, que respaldam a abreviação do jejum em até duas horas, para líquidos claros sem resíduos1. No que se refere a alimentos sólidos o estabelecido é de oito horas antes do procedimento cirúrgico. Também apontam para vantagens que o uso de bebidas enriquecidas com carboidratos, até duas horas antes da cirurgia podem trazer benefícios, tais como: redução da resposta metabólica ao estresse, diminuição do tempo de hospitalização, prevenção da infecção de sítio cirúrgico, melhora da resistência insulínica, menor índice de náuseas e vômitos no pós operatório, prevenção da imunodepressão entre outros2. Cabe ressaltar que essas práticas de abreviação do jejum destinam-se a pacientes que não apresentam refluxo gastroesofágico e indivíduos obesos. No que se refere ao jejum prolongado, foi verificado que essa prática potencializa a resposta metabólica ao trauma cirúrgico, acarreta a diminuição dos níveis de insulina, aumento de glucagon e aumento da resistência à insulina, o que pode alongar-se pelo período de até três semanas após a operação3.



CONCLUSÃO

Com a realização deste estudo foi possível verificar predominância de possibilidades da abreviação do jejum em pacientes que se submetem à cirurgias eletivas, traduzidas por inúmeros benefícios, ao tempo em que os limites dessa prática restringem-se ao quadro clínico do paciente, exemplificado por pessoas com diagnóstico de refluxo gastroesofágico ou obesas. Ainda, mesmo com a evidência científica de bons resultados, essa não é uma prática nos hospitais brasileiros. Desse modo, a implantação de protocolos de jejum pré-operatório, pode ser conduzida pelas enfermeiras dos serviços de centro cirúrgico e clínica cirúrgica, em parceria com a equipe de anestesiologia, equipe de cirurgiões e nutricionistas.



Palavras-chave:
 Jejum, Periodo pré-operatório, Cirurgia