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14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 216-1

Poster (Painel)


216-1

Fatores de risco para recuperação cirúrgica retardada em cirurgia cardíaca

Autores:
Thalita Gomes do Carmo1, Rosimere Ferreira Santana1, Marcos Venicios de Oliveira Lopes2, Uyara Garcia Melo3, Ana Beatriz Serra Hercules1
1 UFF - Universidade Federal Fluminense, 2 UFC - Universidade Federal do Ceará, 3 HSL - Hospital Sirío-Libanês

Resumo:
INTRODUÇÃO

As cirurgias cardíacas estão indicadas quando não há melhora do quadro clínico por meio do tratamento convencional medicamentoso ou quando não há possibilidade de reverter o problema com procedimentos minimamente invasivos(1). De julho de 2017 a julho de 2018, no Brasil, ocorreram 56.684 cirurgias cardíacas, sendo 10.962 na Região Sudeste e 1.447 realizadas no Rio de Janeiro, com média de 18,8 dias de permanência hospitalar pós-cirurgia cardíaca(2). As cirurgias cardíacas apresentam risco complicações que levam ao prolongamento no número de dias de internação hospitalar, ocasionando aos pacientes retardo da retomada das atividades de vida habituais, diminuição da qualidade de vida, sintomas negativos de medo, ansiedade e depressão relacionados à expectativa frustrada quanto à sua recuperação, além de efeitos deletérios a Instituição, como aumento dos custos hospitalares(3).



OBJETIVOS

Estimar a magnitude do efeito de fatores de risco para a ocorrência do diagnóstico Recuperação Cirúrgica Retardada em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. 



MÉTODO

Trata-se de um estudo de validação clínica do diagnóstico de enfermagem Risco de recuperação cirúrgica retardada (RRCR) do tipo clínico-causal baseado no método epidemiológico de coorte prospectiva. Para tal, acompanhou-se um grupo de pacientes internados para serem submetidos a cirurgia cardíaca eletiva, desde o pré-operatório imediato e durante toda a internação hospitalar, até o paciente tivesse alta hospitalar ou óbito ou fosse transferido para outra Instituição. Dessa forma, foi possível estabelecer relações de causalidade entre os fatores de risco do diagnóstico RRCR, com a presença do diagnóstico baseado no problema da Recuperação cirúrgica retardada. O estudo foi realizado em uma Instuição do Sistema Único de Saúde, de esfera federal,referência em cirurgias cardíacas do Estado do Rio de Janeiro. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer nº 1.759.757 e CAAE: 36683714.9.3001.5272. 



RESULTADOS

Foram incluídos 181 participantes ao estudo, sendo realizados 3.572 observações, ao longo de 1 ano de coleta de dados.Os resultados do presente estudo, no que tange, o perfil sócio demográfico, teve-se predominância do gênero masculino (65,2%), da escolaridade – o ensino fundamental incompleto (28,1%), ocupação em sua maioria eram aposentados (56,3%), casados (59,6%), não moravam sozinhos (86,7%), não internaram nos últimos 6 meses (61,3%) e apresentaram média de idade de 60,3 anos. O tipo de cirurgia cardíaca mais realizada foi a revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea (54,7%). Em sua maioria eram hipertensos (80,1%), haviam infartado anteriormente a cirurgia (60,2%), eram diabéticos (37,0%) e dislipidêmicos (34,8%).  A mediana de dias de pré-operatório e de pós-operatório foram 15 dias, cada. Foram coletados e analisados 28 fatores de riscos, apenas 11 apresentaram associação estatisticamente significante (de risco e de proteção) para o prolongamento da estadia hospitalar, 8 foram de risco: cirurgia de RVM com CEC; Sexo feminino; MagedanzSCORE risco médio; diabetes mellitus; Nível glicêmico ≥ 180mg/dL; náusea; IAM prévio e Classe/Capacidade Funcional IV; e 3 de proteção: cirurgia de troca/plastia de válvula aórtica; MagedanzSCORE risco baixo; e IMC: Sobrepeso. 



CONCLUSÃO

Os resultados dessa pesquisa são relevantes para a prática clínica dos enfermeiros cirúrgicos, confirmando, com evidência científica, que os enfermeiros são indispensáveis naavaliação da recuperação cirúrgica dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.



Palavras-chave:
 Enfermagem Perioperatória, Cirurgia Cardíaca, Fatores de Risco