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14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 213-2

Poster (Painel)


213-2

Empoderamento do Enfermeiro: realização de ultrassom vesical na prevenção de retenção urinária

Autores:
Silva, JN 1, Suzuki, VPC1, B, RB1, Lario, A1, Leite, DA1
1 HIAE - Hospital Israelita Albert Einstein

Resumo:
INTRODUÇÃO

Definida como acúmulo de urina na bexiga em decorrência da incapacidade da mesma esvaziar, a retenção urinária é uma complicação pós-operatória que pode variar de 3 a 40%. Associada ao bloqueio peridural ou raquianestesia onde se mostra mais incidente, o seu não diagnóstico pode levar a diversas complicações, como instabilização hemodinâmica, prejuízo da camada elástica da bexiga, infecção urinária, entre outros. O Enfermeiro tem papel fundamental na prevenção, diagnóstico e intervenção nos casos de retenção urinária, sendo a ultrassonografia um recurso indispensável para esta avaliação. A lei nº 7.489 de 25 de junho de 1986, regulamentada pelo decreto nº 94.406 de 08 de junho de 1987 do Conselho regional de enfermagem de São Paulo (COREN), empodera o enfermeiro treinado, habilitado e capacitado para utilizar a ultrassonografia realizando o cálculo de volume da bexiga em casos de retenção urinária e sugere a elaboração de um protocolo de rotina institucional que contemple tal procedimento.



OBJETIVOS

 

Reduzir a ocorrência de retenção urinária no Centro Cirúrgico por meio da introdução de fluxograma de avaliação e utilização da ultrassonografia pelos enfermeiros do Bloco Cirúrgico de um hospital de extra porte no estado de São Paulo – Brasil. 



MÉTODO

O enfermeiro do centro cirúrgico realizou o levantamento das notificações registradas no SINAPSE (Sistema de Notificação de Eventos Adversos) relacionadas à retenção urinária no pós-operatório imediato do período de março a dezembro de 2017. Após o levantamento, identificou-se que 44 pacientes provenientes do centro cirúrgico apresentaram eventos de retenção urinária na unidade de internação. A partir das notificações, foram extraídos os dados relevantes às causas dos eventos: tempo cirúrgico > 2 horas, procedimentos com bloqueio peridural ou raquianestesia e volume infundido intraoperatório > 1000 ml. Embasado na literatura e nas caraterísticas dos eventos, foi elaborado um fluxograma direcionador para prevenção, diagnóstico e intervenção da retenção urinária no centro cirúrgico. O fluxograma foi validado por um médico urologista, um anestesista e uma enfermeira especialista. Após a elaboração do fluxograma realizou-se a capacitação dos enfermeiros do Bloco Cirúrgico para realização de ultrassonografia e mensuração do volume vesical, por meio de aula teórica e prática de 120 min. A introdução do projeto ocorreu em março de 2018 por meio de divulgação in loco.



RESULTADOS

Após atuação dos enfermeiros e implantação do fluxograma, foi perceptível a mudança na consciência situacional dos profissionais e redução dos eventos de retenção urinária de 44 casos em 2017 para 6 em 2018, e até abril de 2019 foi registrado 1 caso.



CONCLUSÃO

A implantação do fluxograma de prevenção de retenção urinária associada à capacitação do enfermeiro para realização de USG vesical, possibilitou melhoria significativa na segurança do paciente e empoderamento do enfermeiro para identificação precoce da retenção urinária.

 



Palavras-chave:
 Retenção.urinária, Ultrassom.vesical, Enfermeiro