INTRODUÇÃO
A suspensão de cirurgia ocorre devido, principalmente, à falha na organização administrativa da equipe do centro cirúrgico. Cada instituição tem diferentes causas e frequências de suspensão de cirurgia, entretanto as dificuldades encontradas são comuns e devem ser monitoradas através de indicadores que vão evidenciar o planejamento e avaliar ações de melhoria. Faz-se necessário a atenção e o entendimento dos fatores que estão envolvidos nesse processo, a fim de melhorar a qualidade do serviço prestado, evitando sofrimento ao paciente.
OBJETIVOS
Analisar os motivos e as justificativas de suspensão de cirurgias eletivas em um hospital filantrópico. Especificar por meio dos fatores geradores dos cancelamentos cirúrgicos e dos sujeitos da pesquisa como poderia ser evitada a suspensão da cirurgia.
MÉTODO
Pesquisa descritiva, exploratória, com abordagem quantitativa e qualitativa. Realizada no período de cinco a trinta de abril de 2019, num centro cirúrgico geral de uma instituição filantrópica. Amostra não-probabilística, consecutiva e por convivência, composta por 29 cirurgias suspensas. Os dados coletados foram apresentados por meio de gráficos e tabelas. As variáveis descritas por frequência absoluta e relativa percentual, já os dados qualitativos foram agrupados, por similaridade, em categorias. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética, e a coleta de dados iniciou-se após aprovação da referida instituição sob o número do parecer 3.204.985, emitido por meio da Plataforma Brasil.
RESULTADOS
A taxa de suspensão de cirurgias eletivas foi de 18,6%. As 29 suspensões analisadas, 54,6% foram com pacientes acima de 60 anos; as especialidades mais atingidas foram a Ortopedia e a Cirurgia Geral com 31% cada. As condições clínicas desfavoráveis do paciente (37,9%) teve maior prevalência para suspensão do procedimento. A quinta-feira foi o dia com maior percentual de cancelamento (55,2%). 76,9% das suspensões ocorriam antes do horário previsto para a cirurgia, todavia o paciente já estava dentro do centro cirúrgico na sala de preparo (77,8%). Quando os sujeitos da pesquisa (paciente, cirurgião e enfermeiro) foram questionados quanto a se algo poderia ser feito para evitar a suspensão, a resposta mais prevalente para o cirurgião foi "existir reserva de UTI com antecedência"; para o enfermeiro: "ter avaliado o paciente com antecedência"; e para o paciente: "não saber o que fazer".
CONCLUSÃO
Falha na comunicação entre os profissionais no que diz respeito ao preparo dos pacientes cirúrgicos e providências quanto a estrutura necessária a realização do procedimento cirúrgico. Insegurança do paciente diante da falta de esclarecimento quanto ao procedimento a ser realizado.