A sala de recuperação pós anestésica (SRPA) é o local destinado a receber pacientes em pós-operatório imediato, com objetivo de proporcionar a recuperação e detectar complicações relacionadas ao ato cirúrgico. No entanto, é importante ressaltar que a segurança desse paciente não depende somente de equipamentos e recursos tecnológicos, mas de profissionais capacitados com conhecimento prático e científico, treinados e com habilidades para realização de cuidados de alta complexidade e reconhecimento de alterações dos pacientes no pós-anestésico¹. Neste aspecto, baseados em um estudo realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no qual o objetivo era conhecer a percepção de familiares sobre a visitação em UTI, tendo como conclusão que a visita foi percebida como fonte de apoio ao paciente, contribuindo também para melhora do estado emocional deste², decidiu-se implantar um formato de visitação na Sala de Recuperação, com a finalidade de proporcionar conforto e diminuição da ansiedade de paciente e familiar no pós-operatório imediato.

Descrever a percepção de pacientes, familiares e equipe multidisciplinar, sobre a implantação da visita na sala de recuperação pós-anestésica.Descrever a percepção de pacientes, familiares e equipe multidisciplinar, sobre a implantação da visita na sala de recuperação pós-anestésica.

Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, o qual foi desenvolvido em um hospital privado de grande porte da cidade de Porto Alegre/RS.

O início das visitas na SRPA ocorreu em outubro de 2018 após terem sido realizadas orientações sobre o funcionamento da mesma para a equipe de enfermagem, equipe médica e recepcionistas. A visita passou a ser  liberada no momento da admissão do paciente na sala de recuperação, e o familiar autorizado a permanecer o tempo que desejasse até a alta do mesmo. Sendo permitido apenas um visitante, sem revezamento de familiares.

Na divulgação e treinamento referente às visitas, houve resistência por parte da equipe médica e de enfermagem, pois alegavam que a realização das atividades de prestação de cuidados ao paciente ficaria prejudicada pela presença do familiar, pelo fato de terem que dividir a atenção que anteriormente era voltada somente para o paciente. Contudo, após a implantação do serviço a equipe percebeu que a presença do familiar conforta o paciente, diminui a preocupação deste com a familiar que estava na sala de espera e não exige aumento significativo de demanda de trabalho. Além disso, foi possível perceber através de relatos escritos em formulários de avaliação utilizados pela instituição que pacientes e familiares estão satisfeitos com a liberação da visita na SRPA.