A sala de recuperação pós anestésica (SRPA) é o local destinado a receber pacientes em pós-operatório imediato, com objetivo de proporcionar a recuperação e detectar complicações relacionadas ao ato cirúrgico¹. O paciente é transferido para SRPA ao término do procedimento pelo circulante de sala junto com o anestesiologista, uma vez que o paciente está inconsciente e com diminuição dos reflexos, por conta dos anestésicos¹. O enfermeiro da SRPA deve receber informações do anestesista relacionadas às condições clínicas do paciente, podendo providenciar os recursos necessários para prestar uma assistência de enfermagem adequada e individualizada².

Descrever a importância da atuação do enfermeiro na admissão do paciente na SRPA

Trata-se de um estudo descritivo, no qual as autoras descrevem a importância do paciente ser admitido pelo enfermeiro na SRPA. Foi desenvolvido em um hospital privado de Porto Alegre/RS. Este é parte de um projeto guarda-chuva da instituição, que tem como objetivo avaliar indicadores de enfermagem que possuem como desfecho a qualidade assistencial e a segurança do paciente. Como discussão, devido à alta demanda de pacientes provenientes do Bloco Cirúrgico, os quais, anteriormente eram admitidos na SRPA pelo técnico de enfermagem, evidenciou-se a necessidade de o enfermeiro ser o protagonista deste processo, estabelecendo-se critérios para admissão.

Foi realizado um estudo com equipe médica e de enfermagem para discussão dos critérios de admissão baseado no escopo de classificação do estado físico do paciente de acordo com a ASA e as condições pós-operatórias. Estabelecemos três critérios para admissão dos pacientes na SRPA. Critério A:  Admissão pelo técnico de enfermagem com ou sem presença do enfermeiro: escala de ASA igual a I, pacientes pós-operatórios de cirurgias de pequeno e médio porte sem intercorrência no transoperatório. Critério B: Admissão pelo Enfermeiro, técnico de enfermagem, com ou sem a presença do médico: Escala de ASA igual ou superior a II e acompanhado de alguns critérios como, por exemplo, paciente com dreno de tórax e analgesia peridural, pacientes pediátricos e pacientes provenientes da angiografia. Critério C: Admissão realizada pelo médico, enfermeiro e técnico de enfermagem: Escala de ASA igual a II ou superior, acompanhado de alguns  critérios como não desperta ao estímulo doloroso, ou com algum déficit motor não prévio, em uso de cânula  de guedel ou máscara com reservatório, saturação < 90% ou apresentando esforço ventilatório na admissão do CR, despertar muito agitado na chegada do CR, ter apresentado intercorrências importantes no pré e no transoperatório, descrição de via aérea difícil, duração de cirurgia igual ou maior à 4 horas, paciente traqueostomizado,  com necessidade de ventilação não invasiva, mantendo vasopressor contínuo, infundindo hemoderivados,   paciente com PAS < 80mmHg ou PAD >180mmHg ou FC<45mpm ou > 110mpm.

Este processo teve início em janeiro de 2019, desde então constatou-se que a admissão realizada com a presença do enfermeiro proporciona um olhar diferenciado, as informações são passadas de forma mais precisas referentes ao paciente e ao procedimento cirúrgico. Além do que, neste mesmo momento o enfermeiro tem como realizar exame físico, avaliação do sítio cirúrgico, drenos e sondas, identificando precocemente os fatores de risco, podendo assim iniciar intervenções imediatas estabelecer plano de cuidados, prevenindo possíveis complicações, de modo a garantir segurança e qualidade da assistência ao paciente cirúrgico.