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14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 204-1

Poster (Painel)


204-1

Qual tempo seguro para o armazenamento de endoscópios gastrointestinais após processamento?

Autores:
Naiara Bussolotti Garcia1, Adriana Cristina de Oliveira1
1 NEPIRCS / EEUFMG - Núcleo de Estudos e Pesquisas em infecções Relacionadas ao cuidar em saúde - Escola de enfermagem - Universidade Federal de Minas Gerais

Resumo:
INTRODUÇÃO

Os endoscópios flexíveis gastrointestinais são equipamentos de estrutura complexa, com canais longos e de difíceis acessos, o que dificulta a remoção de sujidade e a efetividade de todas etapas do processamento. Infecções relacionadas a procedimentos endoscópicos e transmissão de microrganismos multiresistentes têm sido descritas, fato que alertou as autoridades de saúde mundiais sobre as fragilidades no reprocessamento destes equipamentos. Surtos foram registrados em diversos países da américa e europa, ainda que alguns serviços seguissem rigorosamente as diretrizes, guidelines internacionais e orientações dos fabricantes, somados também a outros serviços em que falhas relacionadas ao reprocessamento e/ou acondicionamento destes equipamentos foram referidas. Nesse sentido, destacou-se secagem ineficaz e armazenamento em local inadequado, o que favorece a recolonização por microrganismos residuais, facilitando a transmissão destes entre pacientes, com maior risco aos paciente com imunodeficiência. Além disso, inconsistências nas diretrizes de armazenamento, tais como tempo seguro de prateleira até o próximo uso, o tipo de gabinete adequado e o flush de álcool 70%, constituem lacunas para uso seguro desses equipamentos.



OBJETIVOS

Identificar por meio de uma revisão integrativa da literatura, o tempo de armazenamento de endoscópios, considerado seguro para sua utilização, após desinfecção de alto nível, bem como os critérios de definição desse tempo.



MÉTODO

Realizou-se uma revisão integrativa da literatura a partir das bases de dados da biblioteca virtual em saúde (BVS), National Library of Medicine (Pubmed), Scopus e Web of Science adotando-se os descritores em ciência da saúde em português e Inglês endoscópios gastrointestinais, armazenamento de substâncias, produtos e materiais e os termos não controlados: contaminação microbiana, tempo de prateleira, microbial contamination, Storage, Hang time or Shelf life.



RESULTADOS

Foram selecionados 15 artigos referente a armazenamento de endoscópios gastrointestinais, cujos tempos variaram entre 1 a 56 dias, com predomínio de um a sete dias (73%). Todas as publicações reafirmam a necessidade de rigor nas fases que antecedem o armazenamento como premissa para qualidade. A definição do tempo de prateleira fundamentou-se em garantia de secagem eficiente dos canais do equipamento, flush de álcool 70%. Gabinetes para armazenamento foram variados, 26,6% foram armários de secagem, com conectores que insuflam ar pelos canais dos endoscópios, com controle de pressão e temperatura, 46% utilizaram armários convencionais livres de poeira e ventilados, 13,3% armários não ventilados, 7% uma sala com ganchos exclusiva para este fim e 7% um sistema de empacotamento denominado Surestore®. Como validação do tempo de prateleira foi adotado por todos os artigos a cultura microbiológica, realizada por metodologias diversificadas. Portanto não é consenso a realização como rotina nos serviços devido a indefinições sobre quarentena até os resultados, técnica de coleta, frequência de realização e critérios de aceitação.



CONCLUSÃO

Verificou-se que a literatura apresenta tempos variados, sem consenso dos critérios de definição,  diverge também entre os principais guidelines sobre o tema. O monitoramento de distintos tempos de armazenamento dos endoscópios seguidos da  validação do processo são necessários a fim de fornecer critérios objetivos que possam ser adotados pelos serviços para uso seguro de tais equipamentos.



Palavras-chave:
 Armazenamento de substâncias, Produtos e, Desinfecção, Endoscópios gastrointestinais