Em 2007, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o Segundo Desafio Global para a Segurança do Paciente, Cirurgias Seguras Salvam Vidas, com o objetivo de melhorar a segurança da assistência cirúrgica mundial, reduzindo mortes e complicações durante a cirurgia. A lista de verificação é um instrumento que ajuda as equipes a assegurar as informações importantes durante as fases críticas desse período. Nesse contexto, no período pré-operatório, o paciente é encaminhado para o Centro Cirúrgico e admitido na sala pré-operatória, esta que reúne diversos pacientes de todas as faixas etárias que serão submetidos à intervenção cirúrgica de múltiplas especialidades. Assim, torna-se de fundamental importância a verificação e dupla checagem de informações e documentos que contribuem para assegurar uma assistência cirúrgica segura e de qualidade.

Relatar a experiência da atuação da equipe de enfermagem na sala pré-operatória do Centro Cirúrgico (CC) de um hospital privado do interior do Estado de São Paulo.

Trata-se de um relato de experiência profissional da atuação da equipe de enfermagem na admissão do paciente na sala pré-operatória do CC, através da aplicação de check list para checagem das informações e documentos inerentes ao procedimento anestésico cirúrgico definidos em procedimento operacional padrão (POP) e protocolo de cirurgia segura.

Esta etapa é realizada em todos pacientes recepcionados que serão submetidos a procedimentos cirúrgicos eletivos e de urgência. Na chegada do paciente no CC, o técnico de enfermagem da sala pré-operatória faz a admissão do paciente e confere se as seguintes documentações encontram-se em prontuário e preenchidas adequadamente: termos de consentimentos cirúrgico e anestésico, contrato, guia de internação hospitalar, formulário de demarcação de lateralidade, formulário de visita pré-anestésica, formulário de transferência de cuidados entre setores (SBAR). São conferidas todas as informações com o paciente e médico, contidas em check list de admissão eletrônico no Tasy, conforme protocolo institucional de cirurgia segura baseado na Lista de Verificação da OMS: confirmação e identificação do paciente e procedimento; termos de consentimentos assinados; avaliação pré-anestésica; confirmação e demarcação de lateralidade; banho pré-operatório e horário; solicitação de materiais especiais e empresa, solicitação de equipamentos e disponibilidade; se haverá congelação e/ou mamografia da peça e ciência dos laboratórios e agendamentos. Neste ambiente, o cirurgião demarca e assina o termo de lateralidade em conjunto com o paciente. A maca do paciente é sinalizada com placas de lateralidade, de alergia e necessidade de RX pós cirúrgico, quando necessário. Inicia-se o protocolo de normotermia, em que os pacientes são orientados e realizado o aquecimento passivo. É realizada anotação de enfermagem conforme modelo padrão para admissão do paciente no CC, em que o técnico de enfermagem se guia para relatar tudo que é indispensável nesse período. Toda e qualquer inconsistência nesta etapa é relatada ao enfermeiro que faz a supervisão da equipe, este que atuará juntamente com os anestesistas e cirurgiões e fará os direcionamentos para que eventos adversos e falhas humanas sejam prevenidos.

A utilização do instrumento eletrônico, as ações da enfermagem perioperatória baseada em protocolos e POPs institucionais promovem a identificação precoce dos riscos evitáveis mais comuns relacionados aos pacientes cirúrgicos antes mesmo destes serem encaminhados para a sala cirúrgica. Vale ressaltar a importância da adesão ao check list e acompanhamento destes processos e protocolos para assegurar que os elementos chaves na segurança do paciente sejam efetivos.