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14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 195-1

Poster (Painel)


195-1

VESTUÁRIO CIRÚRGICO DE TECIDO DE ALGODÃO DEVE SER LAVADO ANTES DO USO?

Autores:
Berendina Elsina Bouwman1, Kenia Nogueira Ribeiro1, Regiane Rosa Pereira de Castro1, Ricardo Alexandre Figueiredo de Matos1, Anaclara Ferreira Veiga Tipple1
1 UFG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Resumo:
INTRODUÇÃO

Vestuário cirúrgico (aventais, campos e embalagens) de tecido de algodão ainda é muito utilizado em hospitais de todos os portes no Brasil. Os aventais e campos tem como função atuar como barreira estéril, a fim de minimizar o carregamento de micro-organismos para a área cirúrgica, e a embalagem, permitir a esterilização e garantir a manutenção da esterilidade dos produtos. Se utilizado conforme normas é legítimo e seguro, possui vantagens como barreira microbiana eficaz. Na literatura foi encontrado a recomendação que antes do primeiro uso o tecido deve ser lavado para retirar a goma (amido) facilitando a passagem do vapor durante a esterilização e o superaquecimento, entretanto guias recentes 1,2 não especificam o número de lavagens que devem ser realizadas antes do primeiro uso.



OBJETIVOS

Avaliar se o número de lavagens do vestuário de tecido, interfere no resultado do indicador químico e se há presença de amido no tecido após três lavagens.



MÉTODO

Estudo experimental, realizado num hospital de médio porte do Sudoeste Goiano. Para avaliar o resultado do indicador químico após esterilização, foram adquiridos oito pacotes cirúrgicos contendo: três aventais cirúrgicos e oito campos, confeccionados com tecido 100% algodão conforme normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas 3, que foram embalados com dois campos seguindo as mesmas especificações. Os pacotes foram esterilizados em autoclave auto vácuo a vapor saturado sob pressão, a 121° por 30 minutos. Destes, dois pacotes não foram lavados antes da esterilização, dois foram lavados uma vez, dois duas e dois, três vezes. Nos dias das avaliações os resultados dos testes Bowie Dick e biológico realizados no início do turno na autoclave foram satisfatórios. No interior de cada pacote foram inseridos em diferentes locais, três indicadores químicos classe V. Para avaliar a presença de amido, foram retiradas amostras dos campos de tecido utilizados no teste anterior, considerando o mesmo número de lavagens. As amostras foram imersas em 30ml de água e deixadas sob aquecimento por 40 minutos. Após este tempo, a água da lavagem foi adicionada em um balão volumétrico de 50ml e o volume foi completado para o volume nominal do balão. Estas soluções foram comparadas a absorção do amido no aparelho Thermo Evolution 220 (Thermo Cientifics) em valor fixo de absorbância em 259nm, a soluções padrão de amido em concentrações de 2,5%, 1,0%, 0,20%, 0,15%, 0,086%, 0,08%, 0,045 e 0,015 (p/v).



RESULTADOS

Em todos os oito pacotes esterilizados, os três indicadores químicos classe V obtiveram mudança de coloração de forma satisfatória independentemente do número de lavagens. O valor da absorvência do tecido sem lavagem foi de 0.383 nm e com três lavagens demonstrou uma maior extração de amido residual do tecido com valor de 0.124 nm.



CONCLUSÃO

A quantidade de amido diminuiu com o número de lavagens e ainda estava presente após a terceira lavagem. Entretanto, não interferiu no resultado do indicador químico evidenciando a manutenção dos parâmetros recomendados para a esterilização no interior dos pacotes, suscitando a necessidade de mais estudos a respeito da presença do amido.



Palavras-chave:
 Esterilização, Lavanderia, Vestimenta Cirúrgica, Centros Cirúrgicos