INTRODUÇÃO
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) constituem um problema mundial. O Centro de Material e Esterilização (CME) deve garantir a segurança do processo de reuso de produtos para saúde,1resguardando a relação custo-benefício. O circuito do respirador (traqueia) é um dos integrantes básicos do aparelho de anestesia suscetível à contaminação.
OBJETIVOS
Avaliar microbiologicamente circuitos de respirador após o uso durante a sedação de pacientes no transoperatório e verificar se estão seguros para o uso.
MÉTODO
Estudo prospectivo realizado no período de março a outubro de 2018. Compreendeu a análise de 89 conjuntos de traqueias (simples e bifurcadas) com até sete dias de uso. Os seguintes critérios de inclusão foram empregados: circuitos utilizados no transoperatório, com uso de filtro, oriundos de pacientes sem infecção previa. A análise deu-se mediante a contagem de bactérias e fungos pela técnica de Spread Plate. Etapa 1: Validação do estudo, total de amostras 10 conjuntos de traqueias (simples e bifurcadas), com base na ISO - grau de recuperação da técnica e fator de correção a ser aplicado. Estimativa da densidade microbiana após lavagens sucessivas com o decréscimo das contagens a cada nova lavagem. Lavagem das traqueias com caldo TSB 100 mL. Preparo de inóculo com cepa Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853. Contaminação com valor conhecido de 106 de inóculo em amostras estéreis.2 Processo de descontaminação foi realizado no CME de acordo com o protocolo da Unidade. Etapa 2: Estudo propriamente dito, as amostras foram reenviadas para análise com a mesma metodologia anterior. Realizou-se análise quantitativa para bactérias e fungos em 89 amostras. Etapa 3: Manutenção e Controle do Processo, realização periódica de análise, na última semana de cada mês, com o intuito de garantir o controle e segurança do processo. Número de amostras a serem analisadas: 25 conjuntos (traqueia simples e bifurcadas) com sete dias de uso. Amostragem calculada levando-se em consideração a quantidade de procedimentos cirúrgicos que fazem uso desse material no período de um mês.3
RESULTADOS
Dos 89 conjuntos de traqueias analisados, a totalidade apresentou contagens bacterianas e fúngicas inferiores a 10 UFC/mL.
CONCLUSÃO
A contagem bacteriana e fungica foi inferior à 10 UFC/mL e evidenciou-se a possibilidade de utilização das traqueias por sete dias de forma segura. Como limitação do estudo, tem-se a expressão dos resultados pela técnica de Spread Plate, na qual a detecção se dá a partir de 10 UFC/mL.