INTRODUÇÃO
A fumaça cirúrgica é o produto da cauterização de tecidos durante os procedimentos cirúrgicos. Apresenta em sua composição substâncias químicas como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e compostos orgânicos voláteis.(1) A exposição a estes compostos químicos pode desencadear sinais e sintomas como cefaléia, ardência de faringe, sensação de corpo estranho na garganta, náusea, vomito, congestão nasal, lacrimejamento dos olhos, fraqueza, tontura, irritação dos olhos, entre outros. (2,3)
OBJETIVOS
Determinar a incidência de sinais e sintomas em residentes médicos expostos e não expostos à fumaça cirúrgica.
MÉTODO
Estudo de coorte, realizado em duas instituições hospitalares de média e alta complexidade, com residentes médicos expostos e não expostos à fumaça cirúrgica. A coleta de dados foi realizada em três momentos: março, junho e setembro de 2018, por meio de entrevistas individuais, para que fosse mantido o sigilo dos participantes. O instrumento de coleta era composto pela caracterização da população e hábitos de vida, caracterização ocupacional e sinais e sintomas relacionados à inalação da fumaça cirúrgica.
RESULTADOS
A amostra foi composta por 85 residentes médicos, sendo estes divididos em 44 do grupo exposto e 41 do grupo não exposto à fumaça cirúrgica. A média mensal de atuação do grupo exposto no centro cirúrgico foi de 119,3 horas. Em relação aos sinais e sintomas relatados pelos residentes, houve maior incidência no grupo exposto de sensação de corpo estranho na garganta, ardência de faringe, irritação dos olhos, irritação de outras mucosas e lacrimejamento dos olhos. Sendo apresentado significância estatística para lacrimejamento dos olhos com p=0,002, sensação de corpo estranho na garganta e irritação de outras mucosas como boca e nariz com p=0,026 (OR= 5,014 IC95% = 1,014 - 24,803), quando comparados o grupo exposto com o não exposto.
CONCLUSÃO
A incidência de sinais e sintomas é maior nos residentes médicos expostos a fumaça cirúrgica, quando comparados com os residentes não exposto. A razão de chances de os residentes médicos apresentarem sinais e sintomas relacionados com a fumaça cirúrgica é maior no grupo exposto quando comparado com o grupo não exposto.