INTRODUÇÃO
A presença da família na sala de espera do centro cirúrgico é um fato constante no cotidiano hospitalar durante o transoperatório. Na maioria das vezes, as normas, protocolos, e a estrutura física do ambiente cirúrgico favorecem o afastamento do paciente e seu familiar, aumentando a insegurança, medos e anseios para ambas as partes(1) . Após a entrada do paciente no centro cirúrgico, cria-se um vácuo de comunicação, gerando dúvidas, angústia e incertezas que somente são amenizadas quando o paciente é liberado da Sala de Recuperação Anestésica.
OBJETIVOS
Compreender a percepção da família sobre sua inserção na Sala de Recuperação Anestésica no Pós Operatório Imediato.
MÉTODO
Pesquisa qualitativa realizada no estado do Paraná. Foram entrevistados 15 familiares de pacientes adultos e que entraram na Sala de Recuperação Anestésica no Pós Operatório Imediato e permaneceram com seus familiares submetidos à alguma intervenção cirúrgica. A entrevista foi realizada após a saída do familiar da Sala de Recuperação Anestésica. Realizou-se coleta dos dados por meio de entrevista semi-estruturada com a seguinte questão norteadora: O que significou para você entrar na Sala de Recuperação Anestésica e permanecer com seu familiar após a cirurgia? A coleta de dados compreendeu os meses de janeiro e fevereiro de 2018.
RESULTADOS
A análise dos discursos dos familiares permitiram a construção de três categorias: Categoria 1- A espera do transoperatório: um período cercado de sentimentos, onde os entrevistados verbalizaram seus sentimentos, enquanto aguardam o procedimento na sala de espera do Centro Cirúrgico, tais como, apavoramento, medo, ansiedade, nervosismo e apreensão. Ao falar desta diversidade de sentimentos apontaram os motivos pelos quais sentem-se desta maneira destacando principalmente o medo da morte e dos riscos causados pelo procedimento anestésico. Categoria 2- Percebendo a inserção na SRA como uma experiência benéfica para a família e para seu familiar. O relato das famílias entrevistadas evidenciam que sentiram-se mais tranquilos e aliviados após serem inseridos na Sala de Recuperação Anestésica, amenizando as preocupações sentidas na sala de espera. Da mesma forma, os entrevistados verbalizaram que por meio de expressões verbais, e não-verbais do seu familiar submetido a cirurgia perceberam que os sentimentos de alívio, proteção e afetividade também foram experimentados pelos mesmos ao visualizarem sua permanência na Sala de Recuperação Anestésica . Categoria 3- A percepção da SRA e do cuidado: motivos de segurança e confiança. Os familiares verbalizam nessa categoria a sua percepção sobre o cuidado prestado na Sala de Recuperação Anestésica. Revelaram que não sabiam da existência deste ambiente no Centro Cirúrgico e que a visualização da assistência prestada pela equipe de enfermagem, terem as suas dúvidas esclarecidas e a monitorização constante do seu familiar foram motivos de segurança e confiança no cuidado prestado.
CONCLUSÃO
Este estudo nos permitiu compreender que a permanência do familiar na sala de espera durante o transoperatório está cercado de ansiedade, preocupações e medos. A oportunidade de entrar na Sala de Recuperação Anestésica e permanecer por algum tempo com seu familiar neste ambiente, possibilita o esclarecimentos de dúvidas, gerando sentimentos de tranquilidade e confiança na assistência recebida. O contato paciente cirúrgico e família na Sala de Recuperação Anestésica, é uma prática humanizadora que traz benefícios importantes para ambos os lados.