A discussão a respeito da Cirurgia Segura é de importância para a prevenção de erros relacionados à assistência à saúde. A Cirurgia Segura deve ser valorizada e ser objetivo de atenção de todos os profissionais, em especial aos trabalhadores em um bloco operatório. No que diz respeito à segurança da assistência cirúrgica, trata-se de uma prática que foi bastante aperfeiçoada, concomitante ao aumento da realização de tratamentos complexos na área da saúde. Porém, esses avanços aumentaram também as possibilidades de ocorrência de erros que podem resultar em dano para o paciente, levando à incapacidade ou morte. Estes erros são conhecidos como Eventos Adversos^1,2.

Identificar o conhecimento dos profissionais do bloco operatório em relação aos eventos adversos no período operatório.

Trata-se de um estudo transversal, de característica descritiva, desenvolvido no bloco operatório de três hospitais de referência. Realizado através de um questionário semiestruturado, que foi distribuído em cópias impressas pelos pesquisadores. A coleta de dados ocorreu diariamente, de segunda à sexta-feira, durante um período de sessenta dias, com amostragem por adesão, sendo explicado o objetivo do estudo e fornecido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

O conhecimento sobre eventos adversos foi semelhante nos três hospitais estudados, que apresentaram bons resultados relacionados ao tema. O hospital C apresentou resultados inferiores aos hospitais A e B. Observou-se também uma omissão por parte de alguns profissionais do nível técnico quanto ao conceito e exemplos de eventos adversos. Uma quantidade significativa dos profissionais não apresentou domínio sobre a conduta do seu hospital quanto aos eventos adversos oriundos de cirurgias, na qual boa parte dos participantes desconhecia e/ou nunca preencheu a ficha de notificação.

O conhecimento limitado sobre eventos adversos por parte de alguns profissionais, assim como as condutas necessárias para sua notificação e resolução destaca a importância da implementação de sistemas de notificação eficientes e capacitação de profissionais qualificados, de maneira a transformar o ambiente cirúrgico em um local mais seguro e livre de danos. Parcerias com o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) das instituições do estudo são consideradas boas estratégias para aprimorar conhecimentos e esclarecer dúvidas sobre a Segurança do Paciente inclusive no ambiente cirúrgico.