INTRODUÇÃO
Durante o período de jejum, o metabolismo corporal trabalha de maneira lenta no intuito de economizar energia. Entretanto, se o jejum for prolongado, ocorre a diminuição dos níveis de insulina, elevando os níveis do glucagon e com isso, é utilizada uma pequena reserva de glicogênio de maneira rápida. O jejum pré-operatório coopera para uma resistência à insulina, causando estresse no metabolismo decorrente do trauma cirúrgico.
OBJETIVOS
Verificar a relação dos sintomas gastrointestinais no pós-operatório imediato (POI) relacionados ao tempo de jejum no pré-operatório em cirurgias eletivas.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada no mês de maio de 2019. A busca dos artigos foi realizada na base de dados PubMed e Biblioteca Virtual da Saúde- BVS, onde foram utilizados os seguintes descritores disponíveis no DeCS: “jejum”, “resistência à insulina” e “cirurgia”. Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis no idioma português e espanhol, textos disponíveis na íntegra e publicados nos últimos cinco anos. Foram excluídos os textos que não estavam de acordo com o objetivo da pesquisa. Logo após a leitura dos títulos e resumos, foram selecionados quatro artigos para compor a revisão.
RESULTADOS
De acordo com a análise de dados, pode-se verificar que o tempo de jejum prolongado está diretamente relacionado às complicações clínicas ou sintomas gastrointestinais no POI, onde esse tempo ultrapassa 12h. Náuseas, vômitos, sudorese intensa e dor abdominal foram os sintomas mais dominantes. Muitos cirurgiões ainda usam o tempo de jejum acima de 8h por temer a aspiração gástrica durante a indução anestésica. Há relatos na literatura de casos de broncoaspiração durante a indução anestésica em cirurgias de urgências, no entanto, quando foi analisado em cirurgias eletivas, observou-se que havia em torno de 25 ml de conteúdo gástrico, na qual foi assegurado que não haveria risco de aspiração gástrica durante o ato anestésico.
CONCLUSÃO
Diante dos achados, podemos constatar que ainda são utilizados protocolos de jejum ultrapassados, resultando em aumento de complicações metabólicas, geração de custos hospitalares devido à recuperação tardia. Existe alternativas como a inserção de líquidos claros (2h) antes do procedimento anestésico para cirurgias gastrintestinais, onde o paciente poderá ter menor complicações metabólicas e melhor recuperação clínica no pós-operatório.