INTRODUÇÃO
A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) é o local destinado a receber pacientes do pós-operatório imediato (POI) e tem como intuito prevenir possíveis complicações decorrentes do procedimento anestésico cirúrgico. Tais complicações podem está atrelados às condições clínicas no período perioperatório, relacionado ao tipo de cirurgia e anestesia, a eficácia das medidas terapêuticas e a extensão do procedimento cirúrgico, existindo a necessidade de identificar os diagnósticos de enfermagem, para que a equipe aplique a Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) com a finalidade de reduzir a ocorrência de tais complicações. No contexto da cirurgia ortopédica, estudos que avaliam as suas complicações no POI ainda são incipientes, e torna-se relevante, uma vez que os acidentes de trânsito é a segunda causa de mortalidade geral no Brasil.
OBJETIVOS
Avaliar a ocorrência dos diagnósticos de enfermagem no pós-operatório na SRPA em pacientes submetidos à cirurgia ortopédica.
MÉTODO
Trata-se de um estudo transversal, de caráter exploratório, descritivo, com abordagem quantitativa. O estudo foi realizado no Hospital Regional de Emergência e Trauma da cidade de Campina Grande-PB, no período de julho e agosto de 2018, foi utilizado como critérios de inclusão, pacientes que estiveram no POI de cirurgia ortopédica eletivas, acima de 18 anos, de ambos os sexos. Foram excluídos aqueles que foram submetidos a cirurgias gerais e que apresentassem alguma limitação na fala. Foi utilizado um formulário semiestruturado contemplando informações sócio demográfico para caracterização da amostra; dados do procedimento cirúrgico e avaliação das complicações pós-cirurgia ortopédica. Em todas as análises utilizou-se o SPSS - versão 22.0, adotando-se nível de significância de 5%. Obteve-se aprovação pelo Comitê de Ética do CEP/CESED (CAAE 91984318.4.0000.5175) em consonância com a resolução 466/2012
RESULTADOS
Dos 127 pacientes avaliados, a maioria é do sexo masculino (70%), de cor parda (50,4%), oriundos de cidades circunvizinhas (65,4%), com nível de escolaridade de 54,3% de ensino fundamental incompleto. O mecanismo do trauma predominante foi acidente de motocicleta, onde os MMII foi o local mais acometido com traumas (60,7%), tendo como prática a antibioticoprofilaxia durante o período perioperatório. A prevalência de complicações identificadas no POI foram mobilidade física prejudicada (100%), integridade da pele prejudicada (100%), risco de infecção (100%) e hipotermia (77%); observou-se que a dor no POI foi de intensidade predominantemente leve, podendo essa ser justificada pela assistência anestésica recebida pelo paciente durante o período perioperatório.
CONCLUSÃO
Além de gerenciar os recursos e a equipe de enfermagem, cabe ao enfermeiro identificar as complicações e traçar um plano de cuidados para implementar no paciente cirúrgico ortopédico, visando minimizar a sua ocorrência. Sugere-se que novos estudos sejam realizados abordando essa temática tão relevante, mas que ainda é incipiente no tocante a assistência prestada ao paciente cirúrgico ortopédico, de modo a repercutir na saúde dessa parcela da população, melhorando a qualidade da assistência prestada, visto que ainda não há um instrumento validado e específico para atender as necessidades da enfermagem perioperatória de maneira integral.