Introdução: No Brasil, o câncer de próstata (CaP) é o segundo mais comum entre os homens e o sexto tipo mais comum no mundo, representando cerca de 10% do total de tais enfermidades. Entre as opções de tratamento cirúrgico do CaP localizado, a prostatectomia radical via robótica é o procedimento mais utilizado nos Estados Unidos e na Europa. A busca por melhores resultados funcionais, com menores índices de impotência sexual e de incontinência urinária, tem colocado essa modalidade cirúrgica como uma atraente alternativa na realização da prostatectomia radical. Entretanto, independente dos benefícios da cirurgia minimamente invasiva, esse procedimento não exclui a possibilidade de eventuais desconfortos e complicações no período pós-operatório.

Objetivo: Identificar a ocorrência de desconfortos e complicações em pacientes submetidos à prostatectomia robótica, durante o período pós-operatório imediato (POI).

Método: Estudo descritivo-exploratório, retrospectivo, com análise quantitativa dos dados, realizado por meio da avaliação dos prontuários de 87 pacientes submetidos à prostatectomia robótica, que apresentaram ou não desconfortos e/ou complicações no POI, durante sua permanência na Recuperação Anestésica (RA), no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e/ou em Unidades de Internação (UI) de um hospital privado, de extra porte, de São Paulo. A coleta de dados se deu nos meses de junho e julho de 2018, mediante preenchimento de formulário elaborado pelas pesquisadoras, diante da verificação dos referidos desconfortos e/ou complicações, baseando-se nas anotações constantes nos prontuários dos pacientes selecionados. A pesquisa segue as recomendações da Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados: Entre os 87 pacientes avaliados, 86,2% apresentaram algum tipo de desconforto no POI. A dor abdominal e a distensão abdominal foram os desconfortos mais frequentes, estando presentes em 49,4% e 44,8% dos pacientes, respectivamente; 4,6% dos pacientes apresentaram complicações no POI: convulsão, hematoma umbilical com sangramento, lesão por pressão no glúteo e esfoliação capilar com escoriação.

Conclusão: Desconfortos e complicações no POI são menos frequentes em cirurgias minimamente invasivas, tais como as prostatectomias realizadas com auxílio da tecnologia robótica. A dor e a distensão abdominais foram as ocorrências representativas, sendo consideradas, de certa forma, comuns, em decorrência da manipulação cirúrgica. A atuação da equipe de enfermagem no POI de prostatectomias robóticas deve ter como meta a garantia de uma recuperação segura e confortável, identificando precocemente a presença de desconfortos e complicações, de modo a minimizar suas consequências.