Introdução: A pesquisa se propõe estudar o caráter patológico que leva crianças à necessidade de intervenções cirúrgicas, com destaque às lesões traumáticas e às patologias agudas. A cirurgia pediátrica atribui todo tratamento cirúrgico de doenças congênitas ou adquiridas, desde o período neonatal, até o fim da puberdade, envolvendo diversos sistemas orgânicos, como tegumentar, músculo-esquelético, vascular, respiratório, geniturinário, respiratório, entre outros. O estudo identifica os fatores de risco, possibilitando, consequentemente, um pensamento crítico de prevenções junto à população.

Objetivos: Caracterizar o perfil epidemiológico e cirúrgico de pacientes pediátricos em regime de urgência e emergência em um hospital da rede pública municipal.

Método: Trata-se de uma pesquisa descritivo-exploratória, retrospectiva e com análise quantitativa dos dados, realizada em um hospital da rede pública municipal, situado na zona sul de São Paulo. A coleta dos dados foi realizada no segundo semestre de 2018, após as devidas aprovações, segundo a Resolução 466/2012. A amostra é composta por 80 prontuários de pacientes pediátricos admitidos entre janeiro e dezembro de 2017 e submetidos a cirurgias de urgência e emergência. O instrumento de coleta de dados, elaborado pelas autoras, contém 14 itens, fragmentado em duas partes: caracterização da amostra (sexo, idade, peso, escolaridade, história de internação prévia, cirurgias anteriores, diagnóstico, motivo e tipo de cirurgia) e histórico da cirurgia (data, anestesia realizada, cirurgia realizada, comorbidades e desfecho). Os resultados são apresentados por meio de estatística quantitativa, demonstrados em números absolutos e percentuais.

Resultados: Pela análise dos 80 prontuários dos pacientes pediátricos que compuseram a amostra verificou-se predomínio de pacientes do sexo masculino (61,25%); a faixa etária variou de 1 mês a 14 anos, com média de 7,6 anos; o risco de sepse (63,75%) prevaleceu como o principal motivo de urgência, seguido da insuficiência respiratória (10,00%); a anestesia geral balanceada foi a mais utilizada (61,25%). Os procedimentos mais realizados foram a apendicectomia (63,75%) e a drenagem pleural (8,75%). Não houve óbitos ou sequelas; as 80 crianças receberam alta hospitalar, como desfecho após a cirurgia ter sido realizada em regime de urgência.

Conclusão: A realização desta pesquisa possibilitou a descrição do perfil da amostra de pacientes pediátricos submetidos a cirurgias de urgência, bem como a verificação das principais causas e procedimentos realizados em um Hospital da rede pública, situado na periferia de São Paulo, cuja atuação abrange uma população de 700 mil habitantes.