Introdução: Entre todos os desconfortos que um paciente pode apresentar enquanto está na Recuperação Anestésica (RA), encontra-se a retenção urinária (RU), definida como incapacidade espontânea, parcial ou total, da bexiga esvaziar a urina produzida pelos rins. Diante deste quadro, cabe ao enfermeiro avaliar os dados clínicos do paciente para o correto diagnóstico e tratamento. O ultrassom portátil (US) de bexiga é um método não invasivo que permite ao profissional diagnosticar a RU, avaliar o volume de urina na bexiga e decidir ou não pela realização do cateterismo urinário. Trata-se de uma tecnologia recentemente utilizada por enfermeiros, os quais estão sendo treinados para manusear o dispositivo.

Objetivo: Verificar a opinião dos enfermeiros em relação à utilização do ultrassom portátil, para detectar retenção urinária na recuperação anestésica.

Método: Pesquisa de campo, descritivo-exploratória com análise quantitativa dos dados. A amostra foi constituída por 34 enfermeiros de dois blocos cirúrgicos de um hospital privado, de extra porte, de São Paulo. Foi aplicado um questionário composto por duas partes: a primeira para caracterizar o perfil do profissional e a segunda composta por questões específicas sobre a opinião dos enfermeiros quanto ao uso do US portátil de bexiga. A coleta de dados se deu entre os meses de Maio e Junho de 2018, após cumpridas as recomendações da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados: Participaram da pesquisa 34 enfermeiros dos dois blocos cirúrgicos que atuavam em RA, sendo 52,94% enfermeiros da RA 1 e 47,06% enfermeiros da RA 2; 100,00% dos enfermeiros opinaram em alternativas que demonstram que a tecnologia do US portátil de bexiga é facilitadora no diagnóstico de RU na RA; 76,47% se mostraram extremamente satisfeitos com o uso do US. Dos enfermeiros que responderam sobre o conteúdo teórico ser suficiente no treinamento, 78,24% avaliaram como fácil e 21,74% classificam a dificuldade como média. Os enfermeiros que não tiveram o conteúdo teórico classificaram a interpretação como média e difícil. Entre os profissionais que julgaram pouco conteúdo teórico-científico, 80,00% avaliaram que o US é difícil de manusear.

Conclusão: O resultado do questionário aplicado foi positivo, demonstrando que a tecnologia é eficaz na prática clínica dos enfermeiros da RA da instituição pesquisada. O tema é pertinente à realização de novos trabalhos e intervenções para melhoria contínua dos processos de enfermagem, oferecendo maior segurança e menor dificuldade no manuseio do dispositivo.