Com os avanços tecnológicos exponenciais em procedimentos por cirurgia minimamente invasiva, a cirurgia robótica aparece no cenário como o maior avanço da atualidade, onde são utilizados instrumentos longos e de alta precisão, os quais foram especialmente desenhados para simular os movimentos das mãos do cirurgião, sendo possível realizar movimentos delicados e precisos, porém o seu design é complexo, com várias reentrâncias, canulados, com tubos internos não desmontáveis, tornando as etapas de limpeza e esterilização um desafio. A limpeza dos produtos complexos requer observar se ele é desmontável, transparente, se possui estrutura interna revestida de capa isolante e ou estrutura sólida, com estrutura interna, verificar a possibilidade de submeter à lavadora de jato pulsátil ou se ainda permite uso de artefatos para limpeza interna⁽¹⁾_.  Produtos para a saúde de conformação complexa são aquele que possuem lúmem inferior a cinco milímetros ou com fundo cego, espaços internos inacessíveis para fricção direta, reentrâncias ou válvulas⁽²⁾_.

O objetivo desta pesquisa é avaliar a eficácia da limpeza manual em pinças de cirurgia robótica comparada a limpeza automatizada. Foi realizado um estudo exploratório randomizado, realizado na Central de Material e Esterilização (CME) de um hospital geral particular de grande porte que possui o sistema de robótica SI.

Foi realizado um estudo exploratório randomizado, realizado na Central de Material e Esterilização (CME) de um hospital geral particular de grande porte que possui o sistema de robótica SI.

Foram utilizadas 30 pinças de cirurgias robóticas com até 10 usos cada, sendo 10 unidades de porta agulhas (Large Needle Driver 8mm referência 420006), 06 unidades de Pinças (Prograsp Forceps de Apreensão 8mm referência 20093), 06 unidades de Pinças Bipolares Maryland (8mm referência 420172), 04 unidades de Pinças Fenestradas Bipolares Forceps (8mm referência 420205) e 04 unidades de Pinças Cadiere Forceps (8mm referência 420049). Metade das amostras foram submetidas a limpeza manual e a outra metade a limpeza automatizada, ambas seguindo o POP recomendado pela empresa fornecedora e validado. Após a limpeza, ocorria a secagem e inspeção das pinças com lente intensificadora e testes comerciais de swab com sensibilidade para detectar de sangue residual. Todas as pinças eram primeiramente imersas em solução contendo água potável e detergente enzimático por 15 a 20 minutos e após eram submetidas à limpeza manual conforme POP descrito ou limpeza automatizada ambos validados pelo fabricante. As pinças foram criteriosamente avaliadas utilizando inspeção visual por meio de lupa de oito vezes de aumento para amplificação da imagem e teste swab para detecção de presença residual de sangue no interior das pinças abertas conforme orientação do fabricante, hemocheck S ®. Os swabs  foram passados nos pontos críticos dos instrumentais: 1º ponto: extremidade funcional, 2º ponto: nas ranhuras da extremidade, 3º ponto: no interior da peça de encaixe do robô e 4º ponto: no interior da haste. As amostras apresentaram valor inferior a 1µg e ou 0,1µg de presença residual de sangue. Nenhuma apresentou sujidade visível na inspeção visual.

Concluímos que tanto a limpeza manual quanto automatizada das pinças robóticas no presente estudo, tiveram resultado eficaz na etapa de limpeza, seguindo um protocolo operacional padrão.