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14 Congresso Brasileiro de Enfermagem - 2019 - ISSN N 2317-996X
Resumo: 14-4

Poster (Painel)


14-4

Enfermagem no trans-operatório para ressecção de neoplasia encefálica com paciente acordado.

Autores:
HENRIQUES AMA1, GALVAN C1, MARTINS EJ1, LUNARDI LS1, MATZENBACHER LPS1, PACZEK RS1
1 HCPA - HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

Resumo:
INTRODUÇÃO

A ressecção de neoplasias encefálicas em áreas eloquentes responsáveis pela fala, movimentos, visão e cognição é um verdadeiro desafio com maior risco e possibilidade de menor ressecção. A abordagem destes tumores em grandes centros vem sendo realizada com paciente acordado. A colaboração consciente do paciente durante o procedimento é necessária para delimitar áreas a serem abordadas pelo neurocirurgião, com melhores resultados no tratamento de lesões tumorais. A maior vantagem é a remoção de uma área maior do tumor, preservando as funções cerebrais. A necessidade de consciência peri-operatória e responsividade a comandos exige enfermeiros devidamente capacitados com conhecimento teórico-científico associado à prática e cuidados específicos durante o trans-operatório. Salienta-se a importância de uma equipe multidisciplinar: enfermagem, neurocirurgião, neurologista e anestesista.



OBJETIVOS

Descrever a atuação do enfermeiro durante o trans-operatório de ressecção de tumor cerebral com paciente acordado.



MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência em uma instituição de grande porte, referência em neurocirurgia na região Sul do Brasil.



RESULTADOS

No intuito de garantir a segurança no trans-operatório a equipe de enfermagem revisa todo material especial necessário, incluindo equipamentos específicos como: estimulador cerebral, caneta para estimulação, aspirador ultrassônico e se certifica da sua funcionalidade. Ao entrar na sala de cirurgia o paciente é apresentado aos membros das equipes e aos equipamentos e é orientado sobre os alarmes sonoros presentes com intuito de reduzir a ansiedade e fazer com que o paciente sinta-se seguro. A sintonia da enfermeira com o anestesista é extremamente relevante visto que o paciente é sedado para abertura do crânio e intercorrências com via aérea podem acontecer durante todo o trans-operatório. O enfermeiro auxilia ativamente no posicionamento cirúrgico garantindo posição confortável e anatômica para o paciente; o mesmo é informado e orientado sobre os campos cirúrgicos próximos a face e sobre a fixação da cabeça no mayfield. O paciente é informado sobre a possibilidade de sensações álgicas e que deve reportar a equipe. Durante o trans-operatório são realizados testes que avaliam as funções cerebrais, o paciente é solicitado a nomear figuras, realizar cálculos e leitura; durante os testes o cirurgião realiza pequenos estímulos mapeando as regiões em torno da lesão e até mesmo sobre o tumor, se observadas alterações como a parada da fala, falta de movimentos dos membros ou alterações visuais, essas regiões são marcadas e não são ressecadas, pois podem causar sequelas definitivas.



CONCLUSÃO

Para que ocorra sintonia durante o trans-operatório é necessário uma equipe de enfermagem capacitada e especializada neste tipo de procedimento. A maioria dos pacientes está ao menos um pouco ansiosa por estar acordada. Geralmente, temem sentir dor ou a sensação de não ter o domínio da situação. Estabelecer um vínculo de confiança e esclarecimento é extremamente relevante para o sucesso do procedimento.



Palavras-chave:
 cuidados de enfermagem, período peri-operatório, neoplasias encefálicas